Commonsense nunca pensou ver e ouvir um Bastonário da Ordem dos Advogados comportar-se como este se comportou e dizer o que este disse há poucos minutos no noticiário da TVI.
Em 1966, George L. Kelling e Catherine Coles publicaram o livro Fixing Broken Windows: Restoring Order and Reducing Crime in our Communities. É um livro de criminologia a sociologia urbana sobre a estratégia para conter o vandalismo e o crime em ambientes urbanos.
Parte da seguinte ideia: se um prédio tiver algumas janelas partidas que não forem consertadas rapidamente ou uma rua tiver lixo que não for rapidamente limpo, a tendência é para serem partidas mais janelas no prédio e deitado mais lixo para a Rua. Se tudo continuar, o prédio será assaltado e, se estiver vago acabará por ser ocupado; a Rua tornar-se-á insalubre, será abandonada pelas pessoas de bem e acabará por ser ocupado por marginais.
Esta teoria propõe como estratégia contra o vandalismo a reparação rápida das janelas e a limpeza imediata do lixo. No combate à criminalidade urbana, propõe a repressão logo dos pequenso delitos, para que não cresçam, e não dêem lugar ao gangsterismo.
A política criminal portuguesa dos últimos muitos anos, assente na ideia “politicamente correcta” de não perseguir a “criminalidade das bagatelas” e tolerar a pequena delinquência.
A teoria das broken windows foi adoptada pelo Mayor de Nova Yorque, Rudy Giuliani que adoptou a estratégia de perseguir activamente a pequena criminalidade e assim conseguiu diminuir fortemente a criminalidade e melhorar a segurança e a paz na cidade.
A razão é simples. O principal factor de criminalidade é a consciência da impunidade. Esta consciência da impunidade é alimentada tela tolerância da pequena criminalidade. Na Rua, o valores invertem-se: é herói quem quebra a lei, de preferência com violência. A Rua torna-se escola de crime. O pequeno crime cresce e gangsteriza-se. É o suporte logístico do crime organizado.
A tolerância que caracteriza a política criminal portuguesa tem conduzido ao crescimento e ao agravamento auto-sustentado da criminalidade. Cada vez mais alargada e mais agravada.
É preciso inverter a estratégia e a tendência. Desde as claques e corrupção no futebol, aos bairros degradados dominados pelo gangsterismo, aos delitos financeiros impunes, à corrupção no negócios político urbanísticos, até, finalmente à coacção de magistrados, tudo se tem visto numa vertigem de criminalidade crescente.
É urgente inverter a estratégia de combate às criminalidade, começando logo pela pequena delinquência embrionária mas sem ter mão mole na demais. É preciso dar o sinal que o crime não compensa, atacá-lo logo à nascença e puni-lo com severidade.
Enfim, o contrário do que vem a ser feito há décadas.
O Bastonário disse que há advogados que ajudam os clientes a cometer crimes. Pois há. Toda a gente sabe. E também economistas, e engenheiros, e médicos, e arquitectos e políticos, etc., etc., etc.
Mas, ao generalizar, o Bastonário lançou uma suspeição sobre uma classe inteira. E isso foi insensato. Porque deixou a generalidade dos advogados em desconforto e o próprio Bastonário em dificuldade.
Basta perguntar:
- o Bastonário conhece algum advogado que ajuda a cometer crimes? se não o denuncia, torna-se cúmplice.
- o Bastonário não conhece nenhum? então falou barato.
Desta história ninguém sai bem, principalmente o Bastonário.
A propósito: quando é que acaba o mandato do Bastonário?
Na minha juventude, ia-se para África em missão de soberania.
Agora é no Bairro da Bela Vista que se defende a soberania portuguesa de arma na mão.
A questão não é simplesmente de polícia. É antes a disputa sobre quem controla o poder naquele território: a República Portuguesa ou a Mafia.
Foi assim que se passou no Brasil, onde a Mafia ficou a controlar áreas importantes do território e os negócios da droga e da prostituição.
Enquanto políticos e jornalistas discutem o bloco central, as Questões de Estado tratam-se na Bela Vista.
E ainda há quem queira mandar tropas para o o Afeganistão.
Em linguagem jurídica, o que é proibido é «proscrito».
É proibido que qualquer engenheiro ou arquitecto assine e assuma a falsa autoria de projectos apresentados numa Câmara que tenham sido realmente elaborados por técnicos da própria Câmara. Além de haver crime de falsificação, há obviamente quase de certeza corrupção.
Sócrates assinou projectos que não foram feitos por si, mas por técnicos da Câmara onde foram apresentados.
O Ministério Público arquivou o processo por prescrição: o proscrito ficou prescrito.
Sócrates lá se safou mais uma vez. Nisto é mesmo catedrático. Não há Ministério Público que o agarre.
O lixo governante respirou de alívio.
Commonsense andou mais uma vez pelo estrangeiro - agora a Bélgica - e, quando voltou, soube atónito das pressões exercidas sobre os magistrados do MP para que arquivassem o processo do Freeport sem que Sócrates fosse ouvido como arguido.
Mais escandalizado ficou com as opiniões de vários (alguns com responsabilidades) segundo os quais, nenhum mal haveria nas pressões, porque os magistrados tinham de ser imunes a elas.
Isto é uma vergonha para Portugal e para Commonsense.
Revela, cada vez com mais claridade, que existem dois estratos da população com dois estatutos de cidadania diferentes: as pessoas comuns, que estão sujeitas à Lei e à Justiça; e as pessoas importantes - os VIPs - que estão acima da Lei e fora do alcance da Justiça.
A Universidade de Harvard - Harvard Aids Prevention Research Project - defende que o uso do preservativo é menos eficiente do que o comportamento sexual na prevenção da sida. Ao fim de 20 anos de estudos intensivos na prevenção da sida nos países em desenvolvimento, a conclusão é de que o retardamento do início da vida sexual dos adolescentes e o incremento da monogamia é francamente mais eficiente do que o uso do preservativo.
Esta conclusão é óbvia. É muito mais eficaz convencer os povos a retardar a início da vida sexual e a manter a monogamia (reduzindo o número de parceiros sexuais preferencialmente a só um) do que andar a distribuir preservativos na floresta.
A política de comportamento sexual pode ser (e está a ser) implementada com relativa facilidade por missões religiosas, escolas, etc.
A prevenção assente no preservativo exige uma distribuição massiva. Para ser minimamente eficiente, o uso do preservativo tem de ser geral e sistemático: implica a distribuição de, práticamente, um preservativo por dia a cada um dos milhões e milhões de pessoas envolvidas. Isto implica um custo brutal que ultrapassa a totalidade das verbas disponíveis e vai deixar milhões à fome, sem educação e sem tratamento de outras doenças.
Porquê então tanto entusiasmo pela prevenção assente no preservativo? Porque é um negócio da china para os fabricantes, os distribuidores, etc.... para imensa gente. A indústria e o comércio do preservativo tem o seu lobby...
Este bastonário da Ordem dos Advogados não merece esse nome. Proponho que lhe chamemos bastoneiro. Na mão não tem um bastão, tem um pau. É o vilão-com-o-pau-na-mão. E usa-o fora da sua competência e contra a própria ética da profissão. E zurze aqueles que tentam fazer a justiça andar.
Há uns tempos apareceu a defender os pedófilos da Casa Pia, agora a defender os corruptos do Freeport. A técnica é básica e rústica: diz que os casos foram inventados pela Polícia Judiciária para tramar o Partido Socialista. É uma espécie de defensor oficioso com falta de geito. Ainda por cima sem nenhuma subtileza.
Mas o Partido Socialista não ganha com esta defesa tão inverosímil. Os abusos sexuais sobre crianças na Casa Pia não aconteceram? a anómala aprovação do Freeport não aconteceu? não houve pagamentos e off-shores ligados a esta aprovação e um tio e um sobrinho de Sócrates ligados a essas off-shores? não houve a compra de casas no Heron-Castilho por preços anormalmente baixos? não houve as declarações dos homens da Smith & Pedro?
Como é que este homem chegou a bastoneiro, meu Deus?
Quantos dias faltam para acabar o seu mandato?
O estatuto da Ordem dos Advogados não prevê, num artigo qualquer, a sua destituição?
Por favor, Srs. Advogados... poupem-nos...tenham pena de nós... corram com ele...
Miranda não tem mau perfil para provedor. Tem vaidade no cargo e em si mesmo; acredita que serve para alguma coisa.
Mas, se aceitar ser eleito só pelo PS perderá a credibilidade e a respeitabilidade: aceitará o estatuto de peninha no chapéu de sócrates.
Não sei se será bom para o País, mas é bom com certeza para a Faculdade de Direito.
Commonsense está a ler o Relatório Larosière sobre a reforma da regulação e supervisão financeira na Europa, perante a crise. Recomenda a toda a gente.
Um excerto com interesse:
The crisis has launched a debate on remuneration in the financial services industry.
There are two dimensions to this problem: one is the often excessive level of
remuneration in the financial sector; the other one is the structure of this remuneration,notably the fact that they induce too high risk-taking and encourage short-termism to the detriment of long-term performance.
Social-political dissatisfaction has tended recently to focus, for understandable reasons, on the former.
However, it is primarily the latter issue which has had an adverse impact on risk management and has thereby contributedto the crisis.
It is therefore on the structure of remuneration that policy-makers should concentrate reforms going forward.
Sempre que o Papa diz que a solução para a SIDA é a limitação das relações sexuais a um só parceiro, aparecem sempre vários indignados.
Não percebem nada:
Enfim... não perceberam nada.
Madoff está preso e já está a ser julgado.
O seu maior erro foi ter feito o que fez nos USA.
Se tivesse feito o mesmo em Portugal, nem estava preso e muito menos a ser julgado.
Erro dele!
Um dos principais factores de criminalidade é a consciência da impunidade.
A falta de resultados em todos os casos que por aí estão, desde a Casa Pia ao Freeport, do Portucale à Moderna, dos submarinos ao apito dourado.... são tantos que já nem me lembram ... leva que ninguém acredite seriamente na punibilidade do crime, isto é, que haja uma convicção geral acerca da impunidade.
É esta consciência da impunidade um dos grande factores da explosão da criminalidade.
É a imagem do Portugal novo. Um bairro nas Olaias construído por uma cooperativa que faliu, em que as casas não têm dono e são ocupadas e disputadas a tiro entre ciganos e africanos.
Esta é a verdadeira imagem do Portugal novo saído do 25 de Abril e governado por cretinos que só se interessam verdadeiramente por si próprios.
Os políticos dizem que é um caso de polícia, os polícias dizem que é um caso político. Os portugueses olham atónitos e perguntam-se se isto está mesmo a acontecer. E a resposta é: está tudo normal e vai continuar assim.
Da última edição do Economist:
An Italian court sentenced a British lawyer, David Mills, the separated husband of a British minister, Tessa Jowell, to four-and-a-half years in prison for taking a $600,000 bribe from Italy’s prime minister, Silvio Berlusconi. Mr Berlusconi does not face prosecution, thanks to a law granting him immunity while in office.
Há quem diga que a Itália é a pátria da Máfia. Não é nada. Na Itália, os tribunais condenam por corrupção. Mas aqui...
Também há quem diga que em Portugal a Máfia não mata. Não é por ser mais fraca que a Máfia italiana. Pelo contrário, é mais forte: não precisa...
Há ainda quem diga que em Portugal não há Máfia. Tecnicamente falando, a Máfia é uma organização alternativa e paralela ao Governo. Quando a Máfia está no Governo, não chama Máfia, chama-se Governo...
Anomia vem etimologicamente de nomos (lei) e significa ausência de valores e de normas de conduta.
Sociológicamente significa falta de consenso social sobre regras e valores básicos comuns numa dada sociedade, com domínio dos interesses individuais e próprios de cada um. A anomia é uma situação mórbida, quer dizer, doentia.
Portugal está a entrar em anomia. Há não muitos anos, tinha uma moral comum católica, cristã. Hoje não há consenso sobre os valores básicos. Os portugueses estão divididos quanto ao aborto, ao casamento, à eutanásia, à corrupação dos políticos, à desonestidade dos empresários. Muitos - cada vez mais - estão indiferentes.
Entretanto, grassa a crise económica, cada dia mais grave. Muito poucos acreditam no Estado, no Governo, no Parlamento, nos Tribunais, na Presidência da República, nas Instituições. O descrédito é comparável apenas com o cinismo e o indiferentismo. Vale tudo ou quase tudo.
Neste estado de coisas, dificilmente se evitará uma grave crise social.
A anomia é uma agonia cívica.
Commonsense esteve uma semana (quase) em Salónica (Thessaloniki). Foi a segunda cidade do império bizantino e é hoje a segunda cidade da Grécia. Foi o destino de refúgio da maioria dos judeus expulsos da Península Ibérica, que constituiram a maioria da população e a mais importante comunidade da cidade até serem levados para os campos de morte nos anos quarenta do século XX.
É grande a influência Ibérica em muitas coisas, entre elas na cozinha. Mas a maior e a pior é a da arquitectura da segunda metade do século XX, estilo Quarteira. E eu que pensava que Portugal tinha os piores arquitectos do mundo!
Lado a lado com o esplendor da arquitectura bizantina, como a da Igreja de Santa Sophia:
É nova invasão dos bárbaros: os "patos bravos" com os seu "arquitontos".
«Investors are calling for Lloyds Banking Group to bring forward its financial results amid growing disquiet that Andy Hornby is still drawing £60,000 a month as a consultant four months after the emergency takeover of HBOS». (The Independent - 1/2/09)
Na nossa terra, os banqueiros que levaram os bancos quase à bancarrota continuam a ganhar salários milionários sem que ninguém se lembre de os pôr na rua e de lhes exigir de volta o dinheiro que ganharam com aquelas lamentáveis prestações.
Há accionistas que são masoquistas.
No blog Comadres, Compadres & Companhia , numa resposta a um meu comentário, a Curiosa referiu com inspiração o "subtil amordaçamento da liberdade de imprensa".
A imprensa mudou muito nos últimos anos, e não só em Portugal. Já não há uma imprensa de jornalistas, há uma imprensa de accionistas. Quem manda nos jornais e nas televisões, quem determina o que se publica ou não, já não é a pena independente do jornalista, é o teclado do computar do empregado. Jornalista empregado, mas empregado. Demasiadas vezes com emprego precário e sem autonomia económica. Sobretudo, sem liberdade para dizer não. Tem aquele emprego e vive dele... o que é que ele pode fazer?! Escreve o que lhe mandam ou, no melhor dos casos, o que lhe deixam.
Todos nós já notámos isso. Foi claro no caso do licenciatura de José Sócrates: Belmiro ficou desagradado com o que o Governo fez na sua OPA sobre a PT e o Público publicou tudo aquilo. Era material que já lá estava, mas cuja publicação ainda não tinha sido permitida. Se a SONAE tivesse conseguido vencer na sua OPA sobre a PT, provavelmente nunca tinha sido publicado o que quer que fosse sobre a lamentável licenciaturo do nosso Primeiro Ministro. Também no Expresso, por exemplo, tenho a maior dúvida que saia alguma coisa do desagrado de Balsemão. E assim sucessivamente ...
Tudo isto não é inocente nem acontece por acaso. Basta estudar as teses da política neo-con para ver como é. Hoje já não vivemos bem numa democracia como a entendíamos antigamente, mas numa "coisa" nova e má que eu chamo (a designação é minha) uma "oligarquia mediaticamente assistida", em que o "bezerro de ouro" controla os media, principalmente as televisões, e através deles o eleitorado.
Depois, basta ter disponíveis dois clones políticos, um na esquerda e outro na direita, susceptíveis de serem alternados como no rotativismo monárquico. Eles são eleitos e depostos por um eleitorado formalmente livre mas politicamente manipulado pelos media e pelos seus accionistas. Nos debates televisivos, ainda os telespectadores se não levantaram das cadeiras, já apareceram uns comentadores profissionalizados a ditar quem é que ganhou. Nas eleições, lá estão eles a dizer quem vai ganhar. Todas as semanas há barómetros (ou termómetros) a dizer quais os políticos que sobem e que descem.
Todos os políticos sabem, hoje, que a sua sorte é ditada pelos media. Conscientemente ou inconscientemente actuam de modo a ter "boa imprensa". E quem tiver "má imprensa" nunca terá êxito.
De qualquer modo, é indiferente: se não ganhar o clone de esquerda, ganhará o clone de direita. Se um deles começar a desagradar, lá estão os media para convencer o eleitorado de que é melhor mudar para o outro clone. E assim alternadamente....
O resultado é claro: sejam quais forem as vicissitudes, sejam quais forem os resultados eleitorais, quem manda é sempre o PSI 20.
A única resposta a tudo isto são o blogs. E é fundamental que se mantenham com a liberdade que têm tido.
Há hoje uma geração de portugueses que cresceram em algodão em rama.
Protegidos do calor e do frio, dos choques e das dificuldades da vida, dos perigos e das incertezas, não têm capacidade de esforço nem de luta.
A falta de vontade e de capacidade de esforço e de luta persistente nota-se bem. Desde as faculdades, às profissões, às empresas. Uma geração inteira que se habituou ao algodão em rama não consegue agora enfrentar problemas e lutar pela vida. E depois, chora e queixa-se.
Não conseguem tirar cursos, porque não se esforçam, foram habituados a "aprender brincando".
Quando conseguem clamam que "niguém" lhes arranja um emprego e, quando lhe aparece um, queixam-se do muito trabalho e do pouco dinheiro. Porque não se auto-empregam? Quando o fazem e constituem (ou herdam) empresas, pedem subsídios e descontos, querem protecção.
A geração do algodão em rama quer que os outros façam por ela o que ela própria não quer fazer.
Mas não adianta. Há-de ser com o suor dos seus próprios rostos ...
Na luta pela vida, não há algodão em rama. É preciso cerrar os dentes, lutar, esforçar, persistir, genicar, não desistir.
As dificuldades que se avizinham vão pôr à prova a geração do algodão em rama.
Ninguém vai ter pena dos que desatarem a chorar!
A avaliação no Ministério da Educação foi este sábado inaugurada, com pompa e circunstância, pela própria Ministra. Foi chumbada por 100 mil votos contra. Só falta, agora, que se demita a si mesma, para demonstrar a seriedade do seu sistema.
PS: Vital Moreira, no seu blog causa nossa, insinua que as intervenções abusivas da polícia em várias escolas foram levadas a cabo por elementos da FENPROF infiltrados na PSP. Não há nada como ter zelo. Já era assim quando militava pelo PC (antes de virar a casaca).
Se continuar por este caminho Vital Moreira ainda há-de ir a Ministro (da Educação? ou da Administração Interna?).
Esta revolta dos professores parece a maior movimentação cívica desde o buzinão da ponte.
Commonsense acha que têm razão: aquele sistema de avaliação é, pelo menos, suspeito e tem aspectos inqualificáveis.
Além disso, décadas de degradação de desconsideração, de frustração, de indisciplina e de desautorização são de fazer perder a paciência a um santo.
Vamos ver o que dá.
Pelo menos mostra que a sociedade civil ainda tem alguma vitalidade!
É totalitária porque assume o Governo como titular exclusivo de toda a ética e quer impô-la pela força.É perigosa porque abre a porta a tudo o que qualquer governante se lembre de querer fazer.
A Polícia Portuguesa tem dedicado à investigação do chamado caso McCann um enorme esforço de investigação que obviamente não dedica a casos de desaparecimento de crianças portuguesas.
Tem feito isto sob a pressão intensa da imprensa inglesa, principalmente dos tablóides que elegeram este caso como pretexto para desacreditar e humilhar a Polícia Portuguesa, transformando-a em culpada por não encontrar a criança.
No jogo do «passa culpas» os pais McCann fogem a ser culpados pela negligência com que deixaram sozinhos os seus três filhos e passa a Polícia Portuguesa a ser culpada por incompetente (não agiu como devia), preguiçosa (só trabalha quatro horas por dia), etc.
Quando surgiram indícios de que a criança poderia ter sido acidentalmente morta pelos (ou por um dos) pais, e o seu corpo ocultado, intensificou-se o ataque da imprensa inglesa, provavelmente orquestrada pelos agentes de comunicação contratados pelos pais McCann com o muito dinheiro que lhes foi disponibilizado. Entrou-se na agressão verbal e mesmo no insulto pessoal.
Um inspector fartou-se e desabafou numa entrevista que não deveria ter dado. Foi imediatamente demitido. A Polícia Portuguesa ficou fragilizada.
Como cidadão português, sinto-me mal. Sinto que poderá ter havido pressão do Governo Inglês, ou talvez não. Mas o Governo Português, ao apressar-se a demitir o inspector da polícia portuguesa, fez-me lembrar os tempos do império britânico. Só falta uma canhoneira no Tejo.
O enorme esforço português tem sido recebido pelos ingleses com desprezo e desconsideração, com ridicularização e mesmo injúria.
Tudo isto me leva a pensar que não tem sentido, nem é justo, que a Polícia Portuguesa continue a dedicar a este caso os meios e a energia que nunca dedicou ao desaparecimento de qualquer criança portuguesa.
É urgente acabar com isto. Arquivar este processo e dedicar os meios que lhe têm estado afectados à investigação do desaparecimento de crianças portuguesas que continuam por encontrar. Tenho a certeza que os seus pais responderão com reconhecimento e não com desprezo.
É urgente acabar com isto.
Quando eu me formei, o ensino era bom, embora restrito a um sector limitado da população.
A minha geração teve a ilusão de que a generalização do ensino teria como consequência a generalização da qualidade.
Que ilusão!
Não obstante o alargamento do ensino a quase toda a população, o número de pessoas com qualidade cultural manteve-se aproximadamente o mesmo. E oficializou-se a 'cultura inculta'.
O actual sistema serve para o parqueamento dos filhos pelos pais que vivem nas periferias das cidades e trabalham ambos. O professores fazem de 'baby sitters'. O sistema educativo visa a formação de consumidores.
No meio de toda esta desgraça, os pais que puderem não terão outro remédio senão escolherem e pagarem caro um ensino de qualidade que obviamente não é ministrado pelo Estado.
A Senhora Ministra é (mais) uma responsável pela degradação do ensino.
O próprio Senhor Primeiro Ministro é uma prova da perda de qualidade do sistema de ensino em Portugal.
Há já muito tempo que se reclama que os juízes, também, além dos políticos, façam declaração de património e de rendimentos. Mas eles nunca quizeram.
Agora, com sentenças como aquela do Supremo Tribunal de Justiça que reduziu insolitamente a pena num crime de violências sexuais sobre uma criança e dados os argumentos que para tal foram usados, não se admirem que algum dia se comece a reclamar que os juízes devam fazer, no Tribunal Constitucional, declaração da sua opção sexual.
Processos de crimes sexuais não podem ser julgados por juízes com opções sexuais esquisitas. Imaginem o que seria o processo da Casa Pia a ser julgado, em primeira instância ou em recurso, por um juiz homossexual.
E a verdade, é que há juízes homossexuais. A sua opção sexual é livre, como a de qualquer cidadão. Mas não devem julgar processos de pedofilia ou de outras perversões sexuais.
Quero deixar claro que não sei se, neste processo, os juízes são homo ou heterosexuais; só sei que são maus juízes. Péssimos.
Hoje já ninguém cozinha, compra feito: é o «fast food».
Se em inglês, «fast» significa rápido, em alemão, signfica quase.
O que dá para combinações engraçadas: «fast food» é comida rápida e quase comida; «fast sex» é sexo rápido e quase sexo.
O Expresso e o Sol são «fast journalism»: são jornalismo rápido e quase jornalismo.
São o Dupont e o Dupond do pronto a vestir das ideias feitas. Servem para fornecer conversa rápida que é quase conversa, ideias rápidas que são quase ideias, opiniões rápidas que são quase opiniões.
Não é preciso pensar, compra-se opinião feita. E consome-se. Depois, durante o fim de semana, todos pensam a mesma coisa, têm a mesma opinião.
Contribui para o consenso ... de gente rápida que é quase gente.
É fast: é rápido... é quase ...
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