Abençoado Mário Crespo. Trouxe à televisão um homenzinho que representava os operadores do Porto de Lisboa (será que era mesmo isto?) para explicar o que se passa com a chamada expansão do terminal de contentores de Alcântara. O homenzinho foi patético! gaguejou, atrapalhou-se, não se conseguiu explicar, sob um olhar meio gozão e meio complacente do Mário Crespo. Ficámos a saber - se é que não sabíamos já - que justificação não há nenhuma para aquilo, mas explicação há: é mais dinheiro a ganahr para a Mota-Engil pela batuta milagrosa do Jorge Coelho. Já há algum tempo commonsense tinha chamado a atenção para este senhor no post «o coelho na cartola».
Ficou sem se saber porque é que não apareceu alguém mesmo do Porto de Lisboa, da Mota-Engil, ou do Ministério (dos Empreiteiros) de Obras Públicas. Mandaram um homenzinho fazer o frete (e, verdade, verdade, fretes é ali...). Quizeram ser espertos, puzeram ali alguém que não os responsabilizava e que, por isso, não os comprometia. É bom de ver, porém, que um dos "operadores do Porto de Lisboa" é a própria Liscont... Será que ele era dali, ou foi pescado na grua dos contentores?
Mas fizeram mal. Ainda ficaram mais comprometidos ao virarem as costas. Deviam ter vindo explicar aquilo que ninguém compreende, para que todos não compreendam aquilo que ninguém explica. A frase é hiperbólica, mas toda a gente a percebe: se não vêm os autores da proeza explicar que aquilo é sério, toda a gente vai ficar com a certeza de que não é (sério).
Commonsense vai ficar atento. Há lodo no cais.
O Porto de Lisboa e o Ministro das Obras Públicas (Mário Lino) prorrogaram por Decreto-Lei e sem concurso público a concessão do terminal de contentores da Rocha do Conde de Óbidos, em frente ao Museu de Arte Antiga, no sítio da Doca de Alcântara, também chamada Doca do Espanhol.
Já é um escândalo a prorrogação da concessão sem concurso público, mais ainda maior escândalo são as condições da nova concessão:
- coloca um muro de contentores entre a cidade e o rio, com altura de cinco contentores;
- alarga a zona de cais e destrói a Gare Marítima de Alcântara e, com ela, os frescos do Almada Negreiros;
- constrói um caminho de ferro em plano inferior até ao fim do cais o que implica a destruição com explosivos do maciço rochoso (rocha do Conde de Óbidos) o que põe em perigo a estabilidade da colina fronteira, onde estão o Museu de Arte Antiga, o Palácio da Cruz Vermelha e um das zonas históricas mais ricas de Lisboa.
Sobre isto importa ler o que Miguel Sousa Tavares escreveu no último Expresso.
Além da selvajaria que tudo isto representa, da ganância que tudo isto move, há um cheiro nauseabundo a desonestidade, por detrás de tudo isto.
É peciso criar um movimento de opinião que impeça este crime.
Só abaixo do equador é que há coisas destas. Sem concurso.
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