É notório o embaraço da diplomacia portuguesa perante a declaração unilateral de independência do Kosovo.
O costume diplomático de seguir os Estados Unidos levaria Luís Amado a apressar-se a reconhecer antes mesmo de toda a gente. Mas a necessidade de manter o bom relacionamento com a Espanha aconselha prudência. O Presidente da República parece sensível ao perigo de instabilidade que um precedente como este inevitavelmente envolve, e as suas declarações parecem ter travado uma atitude precipitada do Governo. A localização de tropas portuguesas num dos locais mais sensíveis do Kosovo também não aconselha o reconhecimento.
Esta questão do Kosovo tem a marca inconfundível das grandes manobras americanas de desestabilização. Os balcãs são, hoje, o ventre mole da Europa. A declaração unilateral da independência do Kosovo, logo reconhecida pelos EUA - e surpeeendentemente, por vários Estados da União - acaba com qualquer esperança de paz e estabilidade na região. Na Sérvia, os sectores pró-europeus perderam toda a capacidade de argumentação e será imparável uma aproximação rápida à Rússia. O Kosovo é um estado inviável, quer na economia quer no resto. Vai ser um estado mafioso, a viver do tráfego de heroína e de prostituição, de branqueamento de dinheiro, etc. - uma mistura de Calábria e Faixa de Gaza.
Nas Nações Unidas, a Rússia e a China já anunciaram que irão vetar o reconhecimento internacional. Previsivelmente o Kosovo nunca terá a sua bandeira nas Nações Unidas nem na União Europeia.
Há todas as razões para preocupação.
A comissão do Parlamento Europeu encarregue de investigar os vôos da CIA foi mal recebida. O ministro dos negócios estrangeiros, recebeu-a mal e mal lhe respondeu. No Parlamento foi-lhe negado o acesso á sala do senado. Ninguém lhes respondeu, ninguém quer dizer nada, é a lei do silêncio, o embaraço comprometido.
E, no entanto, este incómodo e esta recusa de responder são o mais forte dos indícios de que há algo escondido. É impossível que ninguém tenha visto ou sabido daqueles vôos. E é impossível que a Condoleza Rice, sem negar que os vôos, os sobrevôos e as escalas existiram, diga sempre que não foi violada a soberania dos países - como Portugal - que estão envolvidos.
Só pode ser porque foram autorizados pelos governos em questão. Secretamente, mas foram.
Por isso, é imprescindível saber se - sim ou não - as autoridades portuguesas autorizaram as autoridades americanas a fazerem o quê em território português. É evidente que autorizaram - e por isso estão tão embaraçadas. Mas não chega saber isso, que toda a gente já percebeu.
É imprescindível saber o que é que está autorizado, quem o autorizou, quando, qual o conteúdo concreto e exacto do que foi autorizado.
É sobretudo preciso revogar essa autorização. Este estatuto servil de protectorado que Portugal assumiu é uma vergonha.
Sejamos se, mais uma vez, o Presidente da República se comporta como se não o fosse.
Vale a pena procurar no google pela palavra 'failure'. Procurar em toda a web e não nos sites portugueses ou em língua portuguesa. Depois de clicar, o primeiro resultado que aparece é o site of the President of the United States, George W. Bush.
O google é o melhor buscador o mundo!
No Afeganistão, um pobre diabo que se lembrou de se converter ao cristianismo foi acusado e preparava-se para ser condenado à morte. Isto com fundamento na lei de um novo regime que ali foi instalado pelos que se afirmam bastiões do cristianismo e que, professando a doutrina do 'choque de civilizações, se ocupam de combater o fundamentalismo islâmico. Só se salvou 'in extremis' porque, perante o escândalo geral, lhe inventaram uma loucura, justificadora do crime e inibidora do castigo.
Uma das principais manobras da estratégia de combate ao fundamentalismo islâmico foi a ocupação militar do Afeganistão e a instalação do regime que lá está. Sim, daquele mesmo que queria condenar à morte o pobre diabo que se converteu ao cristianismo.
Eu gostava de saber porque diabo de razão é que os novos cruzados do ocidente instalaram ali um regime assim. E gostava sobretudo que me explicassem o que é que anda ali a fazer um contingente militar português que até já teve um morto e um ferido.
A publicação de caricaturas ofensivas para o Islão está a ser defendida com invocação da liberdade de imprensa.
Basta ler a Constituição, o Código Penal e Lei de Imprensa, sem mencionar uma infinidade de literatura jurídica sobre o assunto, para compreender que a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a liberdade artística e todas as liberdades têm limites. Têm limites jurídicos, têm limites morais e têm limites de bom senso.
Mas, para compreender isto, é preciso não ser tão fundamentalista como os outros fundamentalistas. Ser fundamentalista é recusar o outro, recusar ouvir, recusar pensar, recusar conceder.
O que há entre o Islão e o Ocidente não é um conflito de culturas, nem um conflito de religiões: é um conflito de estupidezes.
Todas as terras, todos os povos, todas as religiões têm os seus estúpidos. Quando eles dominam, é uma estupidez. É um estupidez provocar e agravar uma situação que já não é boa.
Que Deus - o mesmo Deus dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos - nos acuda, e faça cair do Céu, como o maná na Biblia, um bocadinho de inteligência.
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