O maior défice do País não é financeiro, nem é democrático, talvez seja neuronal, mas é concerteza de senso comum

Segunda-feira, 16 de Outubro de 2006
Bébé: o perseguido político do governo

    

 

Ei-lo. Aí está.                                                             

É o perseguido político do Governo Português.
 
Querem matá-lo. Não assim directamente. É mais cínico e mais sofisticado. Querem autorizar que o matem. Pior: tratam isso como um avanço da civilização, como algo de bem, de libertação da mulher.
 
Mas a verdade não é essa. As crianças pré-nascidas são infinitamente fracas. Estão à mercê. Não têm defesa. Por isso, é fácil sacrificá-las.
 
Todo o cobarde, perante elas, é valente; todo o fraco, perante elas, é forte.  
 
O seu nascimento incomoda e prejudica interesses vários:
 
Prejudica a produtividade das empresas de trabalho feminino intensivo: indústrias têxteis, de sapatos, de electrónica, supermercados, etc. Se for liberalizado o aborto, nunca mais uma jovem operária terá um filho. A pressão patronal encarregar-se-á disso. Principalmente em tempo de emprego precário (recibos verdes) e de falta de emprego. Ao lado de cada uma destas empresas surgirá um abortório, integrado no respectivo grupo de empresas, quiçá através de uma SGPS. E a propaganda do Governo dirá na televisão: o Governo zela pelo aumento da produtividade das empresas. Os patrões aplaudirão. Será mais um Porche por ano.
 
Incomoda as mães (?) que não estão para os ter. Prezam mais o "direito à sua barriga". Têm mais barriga que coração. Mas o bébé não é uma tripa da mãe, nem faz parte da sua barriga. É gente, é uma pessoa, que está viva, que ouve o que se passa cá fora, que sente a dor, que sofre na morte. Sempre me fizeram pasmar aquelas que choram a morte das focas-bébés e matam os seus próprios filhos. E porquê? Porque não têm de dar de mamar às focas-bébés, nem de lhes mudar as fraldas, nem de as levar às vacinas, nem de as pesar, nem de as adormecer, nem de lhes contar histórias e de lhes cantar cantigas para adormecerem, nem de as educarem, nem de se preocuparem com elas todo o resto da vida. É o egoísmo mais perverso. Mas se não querem ficar com os filhos, podem dá-los para adopção. Não é preciso matá-los.
 
Há os casos em que as mães não têm meios para criar os bébés que vão nascer. Mas podem, também, dá-los para adopção. E o Estado tem de assegurar estabelecimentos sérios, bem dotados de meios, onde não aconteça como na Casa Pia, para os cuidar. E não se diga que não há dinheiro. Basta uma ou duas filas de um estádio inútil (como o do Algarve), ou retirar um contingente do Afeganistão.
 
Há também casos em que as mães não podem deixar que se saiba que tiveram (ou que vão ter) um filho. Por razões variadas. Porque são adolescentes e não têm coragem de contar aos pais ou de enfrentar os amigos e colegas, ou mesmo de assumir a responsabilidade de os criar. Ou porque são adúlteras e têm de o ocultar. Mas, nestes casos, nem a lei actual, nem a futura, resolvem nada, porque exigem que o aborto seja feito em estabelecimento público. Ora, quando assim é, as mães (?) querem abortar em segredo.
 
Há ainda casos de gravidez consequente de violação, de perigo de morte da mãe, de malformações do feto. Mas estes casos já estão na lei.
 
Porquê então esta nova investida contra o bébés por nascer? Se há poucos abortos para o gosto do Governo e dos Socialistas, é porque os médicos se recusam a fazê-los. E têm esse direito. Juraram aliviar a dor, curar a doença, evitar a morte sempre que possível. E o que é que lhes traz o aborto? Entra-lhes pela porta uma mãe e um filho saudáveis, e sai de lá um bébé morto e uma mãe despedaçada, gravíssimamente ferida, no corpo e na alma. É o contrário do juramento de Hipócrates. Fazem bem em recusar.
 
Mas, pergunto eu ainda: e o pai? As crianças fazem-se a dois. Têm mãe e têm pai. E o pai não tem uma palavra a dizer? Não pode querer ficar com a criança que a mãe (?) enjeita? Ninguém pensou nisso!
 
É claro que há casos em que se não sabe quem é o pai e, por isso, não é possível o seu consentimento. 
 
Há casos em que o pai (?) também quer o aborto. Mas, nem assim a vontade de tal pai e tal mãe podem ser susceptíveis de o legitimar. O bébé não é sua propriedade e não têm sobre ele direito de vida ou de morte.
 
Há, finalmente, casos em que é o pai (?) que força o aborto, quando não o provoca, mesmo, com pancada. Mas aqui não pode deixar de haver crime.
 
É preciso ainda dizer que usar o aborto como instrumento de controlo de natalidade, de planeamento familiar ou de contracepção “a posteriori”, é uma selvajaria.
É falso - e de má fé - dizer-se que se trata só de despenalizar e não de liberalizar. O aborto já era permitido, mas com condições e prazos. Agora querem que deixe de haver condições e alargam o prazo até um tempo em que a cirnaça já está praticamente formada. É liberalizar e é matar. As coisas têm que ser chamadas pelos seus nomes.
 
O Governo disse que se o referendo não tiver o resultado desejado, fará passar uma lei pelo Parlamento, onde tem maioria absoluta. Então se verá se temos o Presidente que elegemos. Dele exijo – porque o elegi – que vete essa lei e a devolva para ser aprovada por dois terços.
 
Assim abri a minha campanha pessoal contra o aborto. Todas as vidas humanas são sagradas. Nenhuma lei do Estado pode tornar lícita a matança dos inocentes.
 
Abaixo os baby killers


publicado por commonsense às 22:14
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