De 2003 a 2008 o desemprego duplicou, de 200 mil para 400 mil.
Porque será, pergunto eu, que o emagrecimento das empresas há-de ser feito em todo lado pelo despedimento, em vez de o ser pela redução de outras despesas ou pela alienação de activos não estratégicos ou fora do core business.
Toda a gente sabe que, em número redondos, cada desempregado a mais resulta em 3 ou 4 consumidores a menos. Isto porque coloca em consumo mínimo toda a família do desempregado. Ninguém mais naquele agregado familiar viaja, vai ao cinema, janta fora, troca de carro, renova o computador pessoal, etc., etc.
Isto significa que só isoladamente a redução dos custos laborais poderia melhorar o desempenho da empresas. Se a prática for generalizada, como está a ser, acaba por ter efeitos perversos, por reduzir dramaticamente a procura e o consumo privado, e agravar as dificuldades das empresas em vez de as reduzir. Acaba por profundar a crise.
No entanto, como cada empresa só pensa no seu próprio dia a dia e ninguém tem uma visão de conjunto e de médio/longo prazo, as coisas estão cada vez piores. E vão continuar a piorar. É o desemprego auto-sustentado, é a recessão auto-sustentada.
Será que eu estou a ver mal?
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