O maior défice do País não é financeiro, nem é democrático, talvez seja neuronal, mas é concerteza de senso comum
Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008
desemprego auto-sustentado e recessão auto-sustentada

De 2003 a 2008 o desemprego duplicou, de 200 mil para 400 mil.

Porque será, pergunto eu, que o emagrecimento das empresas há-de ser feito em todo lado pelo despedimento, em vez de o ser pela redução de outras despesas ou pela alienação de activos não estratégicos ou fora do core business.

Toda a gente sabe que, em número redondos, cada desempregado a mais resulta em 3 ou 4 consumidores a menos. Isto porque coloca em consumo mínimo toda a família do desempregado. Ninguém mais naquele agregado familiar viaja, vai ao cinema, janta fora, troca de carro, renova o computador pessoal, etc., etc.

Isto significa que só isoladamente a redução dos custos laborais poderia melhorar o desempenho da empresas. Se a prática for generalizada, como está a ser, acaba por ter efeitos perversos, por reduzir dramaticamente a procura e o consumo privado, e  agravar as dificuldades das empresas em vez de as reduzir. Acaba por profundar a crise.

No entanto, como cada empresa só pensa no seu próprio dia a dia e ninguém tem uma visão de conjunto e de médio/longo prazo, as coisas estão cada vez piores. E vão continuar a piorar. É o desemprego auto-sustentado, é a recessão auto-sustentada.

Será que eu estou a ver mal?



publicado por commonsense às 22:22
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1 comentário:
De padeiradealjubarrota a 24 de Novembro de 2008 às 21:18
Oh meu amigo, você está é a ver bem de mais. Está de lupa em punho!


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