Nos últimos anos, toda a gente criticava a Europa porque tinha uma rede social e um sistema financeiro regulado.
Agora foi o que se viu. Na América, quem não tiver um seguro de saúde morre à porta do hospital, nem que seja com gripe, que ninguém a trata. Mas, pelo contrário, os "tax payers" vão desembolsar 700 mil milhões de dólares para salvar os bancos falidos.
Mas a coisa está feia. Toda a gente violou todas as regras: as regras de prudência nas operações financeiras foram deitadas fora por uma data de putos "youpies" malucos com brilhantina no cabelo e cocaína no nariz. Ao mesmo tempo, ninguém supervisou o que quer que fosse, para que não se visse que o rei ia nu. Tão nu como o “naked short selling”: uma prática “genial” em que uma pessoa vende na bolsa acções que não tem, mas que só tem que entregar mais tarde, e as quais vai depois comprar, mais tarde e mais baratas do que o o preço pelo qual as vendeu. Assim se ganha dinheiro nas baixas. São tão inteligentes, tão geniais estes “putos malucos”, que descobriram a pólvora e estoiraram com ela. (O "short selling" não "naked" é feito com acções “emprestadas” ou “alugadas” (até já há leasing de acções!!!) por investidores institucionais (fundos etc.) que ganham uns cobres pelo aluguer, enquanto os “locatários” as fazem descer para as recomprarem mais baratas e restituírem ao “locador”, ganhando fortunas.
O problema é que isto não são propriamente operações financeiras: são mais jogo e aposta. A roleta louca do “Wall Street Casino” em roda livre.
Para agravar, há anos que se mudou o sistema de contabilização na base do custo histórico de aquisição para o chamado “fair value”, também chamado “mark to market”, em que os activos “assets” são contabilizados pelo valor de mercado em vez de o serem pelo custo de aquisição. Enquanto tudo subiu especulativamente, as mais valias foram fantásticas e os bónus dos administradores também. Quando tudo começou a cair, foi o descalabro, com os activos a deixarem de cobrir os passivos. Qualquer semelhança entre o balanço e a realidade é pura coincidência.
E agora?
Agora, deita-se dinheiro em cima de tudo isto. Mas não é assim tão fácil. A injecção de 700 BIs ou mesmo de um TRI pode ser que não chegue, tal foi o desastre! E, pior ainda, essa injecção vai fazer cair o dólar pelo cano abaixo e não vai reconstituir a confiança no mercado. Qualquer banco, hoje, tem mais confiança na tabacaria da esquina do que no banco ao lado. Eles conhecem-se bem e sabem que não são de fiar. Ninguém confia em ninguém naquele mercado onde todos se conhecem bem demais.
Se Jesus viesse à terra em Wall Street e invadisse a Bolsa à frente de uma multidão de desempregados, espancando tudo e todos, seria preso, julgado, condenado à morte e executado.
Analogia bíblica!
Só um milagre vai poder salvar o sistema financeiro americano. Mas será que Jesus, depois de condenado à morte e executado ainda estará disposto a fazer esse milagre? A misericórdia divina é infinita, mas num caso como este há-de exigir o prévio arrependimento sincero, com a reparação do mal causado e a punição dos culpados. Só que é muito duvidoso que venha a haver arrependimento sincero e contrito com restituição das fortunas que se ganharam, reparação efectiva do mal causado com indemnização dos prejuízos, com compensação às famílias sem casa nem trabalho, e sobretudo com castigo dos culpados, isto é, prisão com confisco dos ganhos ilícitos.
That's it, the financial armagedon, the great american disaster!
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