O maior défice do País não é financeiro, nem é democrático, talvez seja neuronal, mas é concerteza de senso comum
Correia de Campos quer forçar a Ordem dos Médicos a alterar o Código deontológico para não dificultar a política de saúde (?) abortiva do Governo.
O Código Deontológico da Ordem dos Médicos, de acordo com o Juramento de Hipócrates, proíbe o aborto não terapêutico.
A Ordem dos Médicos faz bem em resistir. Também o Nazismo fez tábua rasa da deontologia médica e do Juramento de Hipócrates ao proceder a experiências em cobaias humanas nos campos de concentração. Durante alguns anos conseguiu o que queria, mas acabou por ser vencido.
A imposição pelo Governo do conteúdo do Código Deontológico da Ordem dos Médicos é uma prática totalitária e perigosa.
É totalitária porque assume o Governo como titular exclusivo de toda a ética e quer impô-la pela força.
É perigosa porque abre a porta a tudo o que qualquer governante se lembre de querer fazer.
Contra a iniciativa de Coreia de Campos é lícito o direito de resistência, consagrado no artigo 21º da Constituição, porque ofende os direitos da Ordem dos Médicos e dos próprios Médicos à liberdade de consciência e o direito à objecção de consciência, previstos no artigo 41º da Constituição.
No caso, não é possível recorrer à autoridade pública, por que é ela, a autoridade pública, a autora da agressão.
Aos médicos que continuem a reclamar-se da ética hipocrática - e esses são os verdadeiros médicos - resta resistir, fazer objecção de consciência, recusar, fazer resistência passiva.
A loucura totalitária de Correia de Campos, como todas as loucuras totalitárias, há-de ter um fim.