O maior défice do País não é financeiro, nem é democrático, talvez seja neuronal, mas é concerteza de senso comum
Será que a alteração dos Códigos Penal e de Processo Penal são tão más como as pintam? Ou trazem as vantagens de obrigar os Magistrados a ter finalmente prazos para decidir? E de acabar com as manipulações do segredo de justiça?
Será que é melhor aumentar a receita fiscal para equilibrar as contas públicas? Ou baixar os impostos para reduzir a fatia da riqueza nacional que é absorvida pelo Estado e faz falta na economia privada, melhorando a competitividade e reduzindo o marasmo económico?
Será que se deve aumentar a intervenção paternalista do Estado e dos regulamentos para protecção de tudo e de todos (proibição de fumar, limites de velocidade, condicionamentos ambientais, etc.)? Ou não será melhor deixar as pessoas decidir por si mesmas aumentando a liberdade geral embora, porventura, como maior risco?
Será que a imigração é já excessiva e deve ser limitada, parada ou mesmo reduzida com uma política de repatriações? Ou será vantajosa a compensação da baixa de natalidade com aumento da diversidade cultural? Será que os imigrantes devem ser forçados a assimilar a cultura portuguesa, não permitindo que se instalem guetos rácico-culturais susceptíveis de tornar insustentável uma co-habitação saudável?
Será de impor um referendo sobre o novo Tratado Europeu? Será que o novo Tratado, se form aprovado por referendo, não ganhará estatuto de Constituição? Ou será mais prudente votá-lo no Parlamento, sem risco de rejeição, mas com um valor de mero tratado internacional não constituinte?
Será que a Turquia deve ser mantida fora da União Europeia? Ou a Inglaterra empurrada para fora? Mantendo dentro a Escócia? Ou promover antes a adesão dos países balcânicos? E da Ucrânia? E da Bielorrússia? Ou até mesmo da própria Rússia? Que também fazem parte da Europa?
Será que se deve caminhar para uma República da Europa com forças armadas próprias, política externa unificada e uma política fiscal comum? Ou será de recuar e regressar a uma simples zona de comércio livre?
Será que a Europa se vai transformar no arrabalde da Ásia? Ou se manterá como uma economia possante e um farol de liberdade, de cultura e de civilização?
Será que a prosperidade económica que vem desde o fim da Segunda Guerra se vai manter? Ou se aproxima uma grande recessão na sequência da presente crise financeira?
Será de manter a rede social europeia? Ou de deixar cada um entregue á sua sorte (ou azar) à maneira americana?
São tantas as interrogações que me assaltam o espírito neste regresso de férias...
"Será de manter a rede social europeia? Ou de deixar cada um entregue á sua sorte (ou azar) à maneira americana?".
Nesta questão, admito qualquer uma das hipóteses. O que não admito é este hibridismo que se desenvolve em Portugal em que, para pagar, temos a tal rede social europeia mas, para receber, estamos tão entregues à sorte como qualquer americano. Isto não é à moda da Europa nem da América, é à moda de Portugal: chulice pura.
Pos é. Nesta terra consegue-se sempre o pior de todas as alternativas.
De
fanicos a 25 de Setembro de 2007 às 17:28
"Será que o novo Tratado, se form aprovado por referendo, não ganhará estatuto de Constituição?"
É lá ! Isto é possível ?
Pois é. Se o novo tratado da UE for aprovado em referendo popular directo fica a ter valor de constituição. É mesmo assim.
De
fanicos a 3 de Outubro de 2007 às 15:32
Não me parece. Para ter estatuto de Constituição era preciso que tivese sido elaborado por uma Assembleia com poderes constituintes.
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