O maior défice do País não é financeiro, nem é democrático, talvez seja neuronal, mas é concerteza de senso comum
Quando eu me formei, o ensino era bom, embora restrito a um sector limitado da população.
A minha geração teve a ilusão de que a generalização do ensino teria como consequência a generalização da qualidade.
Que ilusão!
Não obstante o alargamento do ensino a quase toda a população, o número de pessoas com qualidade cultural manteve-se aproximadamente o mesmo. E oficializou-se a 'cultura inculta'.
O actual sistema serve para o parqueamento dos filhos pelos pais que vivem nas periferias das cidades e trabalham ambos. O professores fazem de 'baby sitters'. O sistema educativo visa a formação de consumidores.
No meio de toda esta desgraça, os pais que puderem não terão outro remédio senão escolherem e pagarem caro um ensino de qualidade que obviamente não é ministrado pelo Estado.
A Senhora Ministra é (mais) uma responsável pela degradação do ensino.
O próprio Senhor Primeiro Ministro é uma prova da perda de qualidade do sistema de ensino em Portugal.
De
Andesman a 3 de Junho de 2007 às 14:10
O Ministério da Educação em Portugal, compara-se a um clube de futebol, dirigido por amadores, mal estruturado, e mal gerido. Que nunca acerta na ploítica a seguir, nem nas contratações, e por isso nunca ganha o campeonato; tornando-se um imenso cemitério de treinadores. Melhores dias
De
fanicos a 3 de Junho de 2007 às 18:00
Pois no meu tempo o melhor ensino era mesmo o oficial (que, ainda por cima, era de borla). Para o particular iam sobretudo os maus alunos e aqueles que, por qualquer razão, necessitavam de uma atenção especial. De qualquer maneira, no fim de cada ciclo, havia exames - iguais para todos - realizados e avalidados em estabelecimentos de ensino público.
E ainda dizem que agora é que há "igualdade de oportunidades" ... !
De Radical, ou não a 4 de Junho de 2007 às 13:46
O problema não é tão linear como o está a colocar. O ensino é tão mau (ou menos mau, questão de sorte APENAS) ministrado pelo Estado ou pelo Privado.
Só que, para quem pode pagar, o privado controla mais os alunos. De resto, para ter um bom ensino tem que se recorrer sempre a explicações ,pagas a peso de ouro.
Seriam evitáveis com o ensino de qualidade que os estabelecimentos privados prometem e não dão.
Seriam evitáveis se o ensino público não se tivesse degradado da forma como se degradou. Mas esse mal já vem de longe. É culpa desta Ministra sim e de todos os outros que por lá têm passado.
Para quando uma reforma do ensino que comece pelo principio, ou seja, pelo 1º ciclo do ensino básico e que vise a aquisição de bases sólidas de conhecimentos básicos de forma a que os alunos possam evoluir nos anos seguintes? É que eu só vejo reformas no 2º ciclo do ensino básico e no secundário. Para quê, se estão a trabalhar com alunos que não têm bases nenhumas? Será possível haver reformas destas que tenham sucesso real?
Toda a razão. Mas o que me parece é que ninguém controla o Ministério da Educação. Foi desde que o Veiga Simão foi Ministro, no tempo do Marcelo Caetano, que se começou a demolir o sistema educativo. Agora, o que eu faria, se fosse Primeiro Ministro, seria cirar um novo Ministério - da Instrução, como no tem da república - e transferir o actual para a Expo, com todos os seus técnicos e sábios, onde ficaria instalado ao lado do Oceanário, e poderia ser visitado, mediante o pagamento de bilhete. Passaria a designar-se 'Museu da Incompetência'. O novo ministério teria professores contratados de novo, que teriam autoridade sobre os alunos, vencimento digno, que voltariiam a ensinar a tabuada de cor, a caligrafia em cadernos de duas linhas, a ortografia, a gramática, a história e a geografia, etc. Voltando ao sistema antigo, voltar-se-ia à qualidade antiga.
Não era o Guterres que proclamava a sua paixão pela Educação?
De Radical, ou não a 4 de Junho de 2007 às 22:00
Boa. Gostava de responder qualquer coisa mas não sei o quê ..... concordo com tudo. Só é pena que não seja 1º ministro! Não sei porquê mas acho que nem vai aparecer tão cedo um assim. Uma reforma de fundo leva muito tempo a dar frutos e o que eu vejo é que a vaidade dos governantes, políticos e empresários (enfim de quem possa ter força) leva a querer louros, elogios e medalhas no 10 de Junho e é transversal aos partidos. Já para não falar que, hoje em dia, alguém da geração pós Veiga Simão tem grandes probabilidades de vir a ser Ministro da Educação e, como não a teve como é que vai fazer alguma coisa de jeito. Estamos tramados
Pena é qe não exista ninguém com a sua lucidez no Ministério da Educação, concordo em absoluto, boa semana
De
fanicos a 5 de Junho de 2007 às 16:59
Depois das borradas do Veiga Simão, ainda vieram os comunistas que tomaram conta do Ministério da Educação. Depois foi como a bola de neve. Os actuais professores (salvo raras excepções) também já são uns completos ignorantes.
Como é que se pode ensinar aquilo que não se sabe ?
A qualidade do ensino é também uma questão política: quanto mais ignorante for o povo, melhor se lhe enfia qualquer patranha.
No nosso ver, a principal razão de problemas, é que, tentando massificar o ensino, adulteraram de passagem os seus fundamentos metódicos. O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.
Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. (http://educacao-em-portugal.blogspot.com/) Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.
Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.
Sr.(a) Leitor(a), p.f. mande uma cópia ao M.E.
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