Chama-se Cândida a Procuradora que tem a seu cargo o processo Freeport.
Mas importa que não haja candura na sua condução e, sobretudo, na sua conclusão.
Até porque a candura poderá ser a omissão do dever funcional de investigar ou precisamente o contrário.
Cândida ou não, terá de explicar porque é que ainda não ouviu Sócrates em declarações, naturalmente como arguido.
É que há coisas que nem a candura consegue explicar.
A Universidade de Harvard - Harvard Aids Prevention Research Project - defende que o uso do preservativo é menos eficiente do que o comportamento sexual na prevenção da sida. Ao fim de 20 anos de estudos intensivos na prevenção da sida nos países em desenvolvimento, a conclusão é de que o retardamento do início da vida sexual dos adolescentes e o incremento da monogamia é francamente mais eficiente do que o uso do preservativo.
Esta conclusão é óbvia. É muito mais eficaz convencer os povos a retardar a início da vida sexual e a manter a monogamia (reduzindo o número de parceiros sexuais preferencialmente a só um) do que andar a distribuir preservativos na floresta.
A política de comportamento sexual pode ser (e está a ser) implementada com relativa facilidade por missões religiosas, escolas, etc.
A prevenção assente no preservativo exige uma distribuição massiva. Para ser minimamente eficiente, o uso do preservativo tem de ser geral e sistemático: implica a distribuição de, práticamente, um preservativo por dia a cada um dos milhões e milhões de pessoas envolvidas. Isto implica um custo brutal que ultrapassa a totalidade das verbas disponíveis e vai deixar milhões à fome, sem educação e sem tratamento de outras doenças.
Porquê então tanto entusiasmo pela prevenção assente no preservativo? Porque é um negócio da china para os fabricantes, os distribuidores, etc.... para imensa gente. A indústria e o comércio do preservativo tem o seu lobby...
Este bastonário da Ordem dos Advogados não merece esse nome. Proponho que lhe chamemos bastoneiro. Na mão não tem um bastão, tem um pau. É o vilão-com-o-pau-na-mão. E usa-o fora da sua competência e contra a própria ética da profissão. E zurze aqueles que tentam fazer a justiça andar.
Há uns tempos apareceu a defender os pedófilos da Casa Pia, agora a defender os corruptos do Freeport. A técnica é básica e rústica: diz que os casos foram inventados pela Polícia Judiciária para tramar o Partido Socialista. É uma espécie de defensor oficioso com falta de geito. Ainda por cima sem nenhuma subtileza.
Mas o Partido Socialista não ganha com esta defesa tão inverosímil. Os abusos sexuais sobre crianças na Casa Pia não aconteceram? a anómala aprovação do Freeport não aconteceu? não houve pagamentos e off-shores ligados a esta aprovação e um tio e um sobrinho de Sócrates ligados a essas off-shores? não houve a compra de casas no Heron-Castilho por preços anormalmente baixos? não houve as declarações dos homens da Smith & Pedro?
Como é que este homem chegou a bastoneiro, meu Deus?
Quantos dias faltam para acabar o seu mandato?
O estatuto da Ordem dos Advogados não prevê, num artigo qualquer, a sua destituição?
Por favor, Srs. Advogados... poupem-nos...tenham pena de nós... corram com ele...
Esta é a hiperligação para o célebre vídeo revelado pela TVI em que Sócrates é referido como corrupto (e não só) no caso Freeport.
É intolerável que os portugueses tenham de sofrer esta vergonha...
é intolerável que Sócrates ainda não tenha sido constituído arguido no processo e ouvido nessa qualidade...
é intolerável o que se passa na sociedade e na justiça portuguesa...
desde o Caso de Camarate, passando por tantos outros, a abafar... a abafar... a abafar...
Depois de o vídeo ter sido publicado pela TVI, Sócrates emitiu um comunicado a dizer que vai processar esta estação de televisão. Pergunta Commonsense porque é que Sócrates não processou os personagens do vídeo. Na verdade, se houve difamação, os principais difamadores foram eles. A TVI está protegida pelo direito/dever de informar, consagrado na Constituição, sendo evidente que o que publicou é do mais relevante interesse público.
Só falta agora aparecerem o Ministro Santos Silva e o Bastonário da Ordem dos Advogados a fazerem a defesa oficiosa de Sócrates.
PS: se não conseguir abrir a hiperligação, clique neste endereço:
http://www.tvi24.iol.pt/iframe_video.html?mul_id=13124572&id=13124581
Para descansar de tanta cretinice e de tanto disparate, de perpectivas negras e falta de saídas airosas, Commonsense resolveu regressar aos tempos fantásticos dos sixties e deleitar-se com aquela música boa. Aqui vai Donovan no seu melhor:
Miranda não tem mau perfil para provedor. Tem vaidade no cargo e em si mesmo; acredita que serve para alguma coisa.
Mas, se aceitar ser eleito só pelo PS perderá a credibilidade e a respeitabilidade: aceitará o estatuto de peninha no chapéu de sócrates.
Não sei se será bom para o País, mas é bom com certeza para a Faculdade de Direito.
Têm uma ideia vaga de que existiu um economista chamado Lord Keynes. Dizem que querem seguir uma política económica keynesiana assente em grandes investimentos públicos, em obras públicas estruturais, com o fim de estimular a economia.
Esquecem que essa política funcionava (e funcionou) em países com uma despesa pública muitíssimo inferior à nossa e em que as obras públicas não implicavam importação de quase tudo.
Em Portugal, as grandes obras públicas desejadas por Pinho & Lino envolvem componentes enormes de importação, em máquinas, tecnologia, software, projecto, know how, etc., que implicarão um gravíssimo individamento externo. Tudo isto agravado por essas obras não terem um impacto significativo no aumento das exportações ou na redução das importações. Quer isto dizer que tais políticas têm efeitos perversos indesejáveis de agravamento do desequilíbrio das contas externas e do individamento nacional. São ruinosas e o próprio Lord Keynes seria o primeiro a repudiá-las.
Mas será as políticas de grandes investimentos públicos de Pinho & Lino são consequência de simples e inocente incompetência? Pode ser que não só.
Por acaso (?) coincidem com as pressões do loby da construção civil pesada, aquele mesmo loby que levou à construção de estádios de futebol a mais e de auto-estradas paralelas umas às outras, que queria a opção mais cara para o aeroporto (Ota) e que quer construir novas travessias do Tejo, por cima e por baixo. O mesmo que está na origem das obras do Terreiro do Paço e do Túnel do Rossio: a malta do betão.
Pinho & Lino são ministros perigosos. Seja por incompetência, seja por outras razões, se os deixarem, vão conduzir o País à ruina.
É preciso estar atento a esta dupla fatal: Pinho & Lino.
Commonsense está a ler o Relatório Larosière sobre a reforma da regulação e supervisão financeira na Europa, perante a crise. Recomenda a toda a gente.
Um excerto com interesse:
The crisis has launched a debate on remuneration in the financial services industry.
There are two dimensions to this problem: one is the often excessive level of
remuneration in the financial sector; the other one is the structure of this remuneration,notably the fact that they induce too high risk-taking and encourage short-termism to the detriment of long-term performance.
Social-political dissatisfaction has tended recently to focus, for understandable reasons, on the former.
However, it is primarily the latter issue which has had an adverse impact on risk management and has thereby contributedto the crisis.
It is therefore on the structure of remuneration that policy-makers should concentrate reforms going forward.
Sempre que o Papa diz que a solução para a SIDA é a limitação das relações sexuais a um só parceiro, aparecem sempre vários indignados.
Não percebem nada:
Enfim... não perceberam nada.
Madoff está preso e já está a ser julgado.
O seu maior erro foi ter feito o que fez nos USA.
Se tivesse feito o mesmo em Portugal, nem estava preso e muito menos a ser julgado.
Erro dele!
Um dos principais factores de criminalidade é a consciência da impunidade.
A falta de resultados em todos os casos que por aí estão, desde a Casa Pia ao Freeport, do Portucale à Moderna, dos submarinos ao apito dourado.... são tantos que já nem me lembram ... leva que ninguém acredite seriamente na punibilidade do crime, isto é, que haja uma convicção geral acerca da impunidade.
É esta consciência da impunidade um dos grande factores da explosão da criminalidade.
É a imagem do Portugal novo. Um bairro nas Olaias construído por uma cooperativa que faliu, em que as casas não têm dono e são ocupadas e disputadas a tiro entre ciganos e africanos.
Esta é a verdadeira imagem do Portugal novo saído do 25 de Abril e governado por cretinos que só se interessam verdadeiramente por si próprios.
Os políticos dizem que é um caso de polícia, os polícias dizem que é um caso político. Os portugueses olham atónitos e perguntam-se se isto está mesmo a acontecer. E a resposta é: está tudo normal e vai continuar assim.
Finalmente começa a ver-se uma mudança na política externa americana. Hillary Clinton tem experiência, sabe o que é o mundo e já começou a fazer qualquer coisa. Acabou com a política de hostilidade contra a Europa e a Rússia. É toda uma nova atitude. Ao contrário da administração Bush, a relação com a Europa já não é de desprezo e antagonismo e com a Rússia acabou a diabolização e a provocação sistemática.
Espera-se agora que, num ambiente de cooperação USA-UE-Rússia, seja possível iniciar políticas inteligentes e – se Deus quiser – eficientes em relação ao Irão, ao Afeganistão, ao Iraque, à Coreia do Norte e à Palestina.
Já não era sem tempo.
O espectáculo mediático do congresso do ps serviu para mostrar um sócrates apoiado incondicionalmente por quase todos os seus fãs e um clube de fãs quase todo venerador. Foi feito para dar uma imagem exterior de unidade e solidez. Mas deu o contrário: a imagem de um político e o seu partido que querem à viva força convencer-se a si próprios que estão fortes e unidos. Com isso deram uma imagem de insegurança. Como a récua de burros cercada pela alcateia dos lobos, juntou-se com as cabeças para dentro a escoicear para fora.
Pior foi a saloíce com que a generalidade dos jornalistas - com Ricardo Costa à cabeça - ficaram embasbacados com o espectáculo: ó jornalista olh'ó balão!
Pior ainda foi que niguém, nem os socretinos se preocuparam minimamente com a crise social gravíssima que já grassa em Portugual, nem quase todos os jornalistas (aqueles das agências de imagem contratadas pelo governo) assinalaram essa omissão.
Uns pategos lançaram o balão e outros pategos olharam pr'ó balão.
O acontecimento político deste fim de semana foi a cimeira europeia.
Está em questão o apoio financeiro aos Estados Membros que enfrentarem problemas graves de financiamento da sua dívida externa, quer dizer: a falência. Estão à vista situações muito próximas na Polónia, na Hungria e na Letónia. Mas também, na zona Euro, na Grécia e na Irlanda. Portugal e Espanha ainda não estão assim, mas podem vir a estar.
Decidiu-se, e bem, afastar os nacionalismos e proteccionismos nacionais e apoiar os Estados Membros que necessitarem de suporte financeiro. A Alemanha disse-o com clareza.
A União Europeia tem a maior economia do mundo e tem meios para suportar os seus Membros que estiverem em dificuldade. Esta decisão significa mais um passo gigante para a integração europeia.
Houve decisões que ficaram em stand-by, mas podem vir a ser tomadas: a antecipação da entrada no Euro da Hungria, da Letónia e talvez da Polónia; o reforço do orçamento comunitário, com a emissão de eurobonds e/ou um imposto europeu cobrado directamente nos estados Membros, de modo a permitir reforçar as intervenções financeiras redistribuidoras dentro da União.
A solidariedade europeia é importantíssima. O que se passou nesta cimeira é crucial.
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