Na BBC, em entrevista ao embaixador alemão na GB.
Pergunta o entrevistador se não será «weird» que a final do campeonato do mundo de futebol aconteça em Berlim, num estádio construído por Hitler, onde ocorreram os grandes comícios do nazismo? se não teria sido melhor destruí-lo?
Responde o diplomata - diplomaticamente - que a Alemanha e os alemães vivem com a sua história, a melhor e a pior, e fazem questão em não a esquecer. Aquele estádio é usado todos os domingos em jogos de futebol e nunca ninguém se importou. Se fosse menos diplomata, diria que a mesma ordem de ideias levaria à destruição de Torre de Londres. Mas ele é um bom diplomata e não o disse.
Fiquei a pensar que o mais importante não foi dito. Que naquele estádio se jogue a final do campeonato do mundo é um sinal de esperança, de optimismo, é a prova de que o pior se pode vir a transformar no seu contrário. Que pode haver esperança, que tudo pode sempre melhorar.
Poder-se-á ter esperança - sem sinismo - que Guantanamo (o sinistro Gitmo) possa vir a ser um resort do Club Med? Que a Casa Pia possa vir a transformar-se naquilo que deveria ser e que nunca deveria ter deixado de ser? Poderá ser candura, mas a esperança não deve morrer nunca. É nisto que penso quando antevejo a final do campeonato do mundo no Estádio Olímpido de Berlim.
Em Timor, as coisas tornam-se simultaneamente cada vez mais claras e cada vez mais opacas.
É cada vez mais clara a tentativa australiana de neocolonizar Timor, para lhe rapinar todo o petróleo. Para tanto, fizeram uma manobra clássica de desestabilização - só que relativamente mal feita - sem qualquer remorso pelos mortos, feridos, sofrimentos e danos que estão a causar. É uma prática predadora sub-imperial. Pode ser - Deus queira - que a GNR consiga contrariá-la.
É difícil de compreender a divisão entre Xanana Gusmão, a Igreja Católica, Ramos Horta, por um lado, e a Fretilin pelo outro. Será que o mal veio de uma Constituição semi-presidencialista demasiadamente copiada da nossa?
Muito claro é que a ONU quiz prolongar o mandato da sua missão em Timor, no que foi bloqueada pelos EUA. Dois dias depois de ter terminado essa missão, começou a violência, assistida complacentemente pelos soldados australianos.
Por uma vez, esteve bem Freitas do Amaral - é justo reconhecê-lo - quando não permitiu que as força da GNR fosse comandadas pelos australianos. Foi uma vergonha ver a quantidade de observadores e opinadores supostamente independentes e bem pensantes que se preocuparam pela falta de um comando da GNR «unificado» com a Austrália. Não têm nenhuma vergonha na cara!
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