Sócrates foi fazer ski à Suiça. Como não sabe, torceu o joelho. É a lesão mais chic da ortopedia. Podia ter ficado em casinha, como a maior parte dos portugueses. Ou, ao menos, na Serra da Estrela. Mas não. Teve que macaquear os rich and famous. Gostava de ser como eles. Não há como os socialistas para estas coisas.
Tudo que que aqui for posted sobre o personagem será em cor-de-rosa.
Vitalino Canas qualificou como um «golpe constitucional» o alvitre de Cavaco para a criação de uma Secretaria de Estado. Está a fazer escola a concepção soarista de que o Presidente da República não tem funções: nem sequer pode alvitrar. Salazar já pensava assim. Pode compreender-se esta atitude em Soares, que está já mentalmente diminuído, mas - francamente - o Vitalino não tem a mesma idade.
Os problemas da Europa migraram para um blog específico: http://eurosense.blogspot.com/
Este aqui vai continuar, mas dedicado a coisas mais gerais, como política portuguesa (que horror...), eleições presidenciais (!!!) ou outras coisas cá da terrinha.
height=180 alt="Blair e meio emblema UE.jpg" src="http://commonsense.blogs.sapo.pt/arquivo/Blair e meio emblema UE.jpg" width=180 border=0> face=arial>A técnica de negociar à beira do abismo deu o que de pior se receava: Blair largou um bocado do «rebate», mas não todo; a pac manteve-se, sem ser modernizada; o investimento na agenda de Lisboa não se fez. O resultado foi uma redução efectiva do orçamento de uma UE a 25, ou a 27. A União saíu empobrecida, com menos meios para se afirmar e para aprofundar. Mais uma perda de tempo. É preciso ter paciência.
A PAC não é uma política económica, é uma política social que visa subsidiar os agricultores de modo a conseguir - como conseguiu - que deixassem de formar cinturas de pobreza à volta das grandes cidades. Teve ainda o efeito de tornar a Europa auto-suficiente em alimentos e politicamente estável. Estes efeitos são bons - não são maus - e é imprescindível que se mantenham. Se acabar a PAC, a Europa deixa de ser auto-suficiente em alimentos e passa a ter de os importar dos USA, e daí a pressão americana. Além disso, fica sujeita à proletarização dos agricultores com a instabilidade política consequente, e daí a pressão dos seus rivais.
A tentativa de liberalização de todas as trocas na OMC tem uma carcaterística curiosa: nunca se viu tantos ricos com tanta pena de tantos pobres. Mas esta imagem é falsa. A liberalização das importações de açúcar, soja e carne do Brasil não vai fazer diminuir um único pobre nessa terra, mas antes enriquecer ainda mais a oligarquia latifundiária local (que logo tranfere para a Flórida o dinheiro que assim ganhar). Além disso, serve para permitir a deslocalização das indústrias trabalho-intensivas da Europa para locais com salários de escravatura, permitindo a re-exportação dos produtos para a Europa. É muita ingenuidade acreditar na bondade e no altruismo da liberalização do comércio.
Não há qualquer justificação para que se mantenha o «british rebate»: é imoral que o RU insista em não pagar o que deve e em ser fortemente subsidiado pelos mais pobres. Se Blair bloquear o orçamento da EU, como esta não pode viver sem orçamento, melhor será começar a pensar em viver sem o RU.
Blair apresentou o novo orçamento para a UE. Aumentou minusculamente o valor e manteve o rebate. Tem vistas curtas e ambições nenhumas. Age como primeiro ministro inglês e não como presidente (?) da União. Quer destruir a UE e substitui-la por uma EFTA. Acha-se um génio político.
Por este caminho, não vai haver orçamento, nem na presidência inglesa, que acaba amanhã, nem no futuro.
De Gaule tinha razão: os ingleses pensavam como se fossem os países europeus a querem entrar para a Commonwealth e não a Inglaterra a entrar para a Europa. Não os deixou entrar, e fez bem. Continua a ter razão: não os deviam ter deixado entrar.
Agora, não vale a pena continuar à espera. As alternativas políticas que existem na ilha são ainda piores. É melhor começar já a escolher os Países da Europa que sinceramente querem construir uma República da Europa, com uma moeda, uma democracia, uma constituição, um modelo social justo, uma defesa comum e uma diplomacia comum. Entre esses, deve ser celebrado um novo tratado.
Os outros podem aderir à Commonwealth... com os ingleses.
Blair não sabe bem se está propor um orçamento para a UE na qualidade de presidente em exercício, ou na de primeiro ministro inglês, ou na de futuro passado líder do partido trabalhista. O resultado é pathetic! Agora vai apresentar outro.
He is a man of many budgets!
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