Há coisas de que não gostei nas palavras do Papa.
Não gostei da hostilização que fez do nominalismo e do voluntarismo franciscano: os franciscanos estão fora da hortodoxia? Era necessário ser tão neo-tomista e tão tridentino? tão divisor?
Não gostei da antipatia pelo iluminismo: não foi ele que consagrou muitos dos avanços da humanidade que são indubitavelmente cristãos. Será de andar assim tanto para trás?
Não sei se gostei da estigmatização que fez de uma prática ateia - ou simplesmente agnóstica - de adoptar a base do cristianismo como uma moral social, ou objectiva, ou mesmo subjectiva... sem Deus nem divindade: não é melhor que adoptem esta moral do que outra pior ou mesmo nenhuma? S. Paulo escreveu aos Romanos que os gentios não têm a Lei, mas cumprem a Lei, porque Deus a gravou nos seus corações (Cum enim gentes quae legem non habent naturaliter ea quae legis sunt faciunt eiusmodi leges non habentes ipsi sibi sunt lex qui ostendunt opus legis scriptum cordibus suis testimonium reddente illis constientiam ipsorum (ad romanos, II, 14-16). Não foi esta uma das principais bases da universalidade do cristianismo? Não é isto uma das sua principais vitórias?
Mas não creio que o Papa tenha sido infeliz quando condenou a jihad. Não é que nesse mesmo tempo que referiu, outros cristãos, mais a ocidente, não fizessem a mesma coisa, não espalhassem a fé e o império a fio de espada: nós, portugueses, entre outros.
A crítica à jihad, deixa os furiosos os muçulmanos radicais e extremistas, mas reforça os que são moderados e civilizados.
Ora, é com estes que deve ser feito o diálogo ecuménico e não com os radicais.
E foi importante que isso fosse deixado claro. É tempo de marcar diferenças, de separar o trigo do joio, o bem do mal, mesmo que isso seja controverso e deixe alguém aos pulos de raiva. Sem medo do incómodo das consequências.
Não foi isso o que fez Jesus Cristo?
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