Commonsense avisa que resolveu regressar ao Blogger
O url é http://02commonsense.blogspot.com/
Convida todos os bloggers de boa vontade, de boa conversa e de bom feitio para o visitarem lá.
Até já.
Commonsense nunca pensou ver e ouvir um Bastonário da Ordem dos Advogados comportar-se como este se comportou e dizer o que este disse há poucos minutos no noticiário da TVI.
Em 1966, George L. Kelling e Catherine Coles publicaram o livro Fixing Broken Windows: Restoring Order and Reducing Crime in our Communities. É um livro de criminologia a sociologia urbana sobre a estratégia para conter o vandalismo e o crime em ambientes urbanos.
Parte da seguinte ideia: se um prédio tiver algumas janelas partidas que não forem consertadas rapidamente ou uma rua tiver lixo que não for rapidamente limpo, a tendência é para serem partidas mais janelas no prédio e deitado mais lixo para a Rua. Se tudo continuar, o prédio será assaltado e, se estiver vago acabará por ser ocupado; a Rua tornar-se-á insalubre, será abandonada pelas pessoas de bem e acabará por ser ocupado por marginais.
Esta teoria propõe como estratégia contra o vandalismo a reparação rápida das janelas e a limpeza imediata do lixo. No combate à criminalidade urbana, propõe a repressão logo dos pequenso delitos, para que não cresçam, e não dêem lugar ao gangsterismo.
A política criminal portuguesa dos últimos muitos anos, assente na ideia “politicamente correcta” de não perseguir a “criminalidade das bagatelas” e tolerar a pequena delinquência.
A teoria das broken windows foi adoptada pelo Mayor de Nova Yorque, Rudy Giuliani que adoptou a estratégia de perseguir activamente a pequena criminalidade e assim conseguiu diminuir fortemente a criminalidade e melhorar a segurança e a paz na cidade.
A razão é simples. O principal factor de criminalidade é a consciência da impunidade. Esta consciência da impunidade é alimentada tela tolerância da pequena criminalidade. Na Rua, o valores invertem-se: é herói quem quebra a lei, de preferência com violência. A Rua torna-se escola de crime. O pequeno crime cresce e gangsteriza-se. É o suporte logístico do crime organizado.
A tolerância que caracteriza a política criminal portuguesa tem conduzido ao crescimento e ao agravamento auto-sustentado da criminalidade. Cada vez mais alargada e mais agravada.
É preciso inverter a estratégia e a tendência. Desde as claques e corrupção no futebol, aos bairros degradados dominados pelo gangsterismo, aos delitos financeiros impunes, à corrupção no negócios político urbanísticos, até, finalmente à coacção de magistrados, tudo se tem visto numa vertigem de criminalidade crescente.
É urgente inverter a estratégia de combate às criminalidade, começando logo pela pequena delinquência embrionária mas sem ter mão mole na demais. É preciso dar o sinal que o crime não compensa, atacá-lo logo à nascença e puni-lo com severidade.
Enfim, o contrário do que vem a ser feito há décadas.
Alguém conhece alguém que acredite na inocência do Sócrates?
O Bastonário disse que há advogados que ajudam os clientes a cometer crimes. Pois há. Toda a gente sabe. E também economistas, e engenheiros, e médicos, e arquitectos e políticos, etc., etc., etc.
Mas, ao generalizar, o Bastonário lançou uma suspeição sobre uma classe inteira. E isso foi insensato. Porque deixou a generalidade dos advogados em desconforto e o próprio Bastonário em dificuldade.
Basta perguntar:
- o Bastonário conhece algum advogado que ajuda a cometer crimes? se não o denuncia, torna-se cúmplice.
- o Bastonário não conhece nenhum? então falou barato.
Desta história ninguém sai bem, principalmente o Bastonário.
A propósito: quando é que acaba o mandato do Bastonário?
A maioria socialista acabou de inviabilizar a presença do Procurador Lopes da Mota no Parlamento para responder a preguntas dos deputados.
É um dos actos mais desprestigiantes praticados pelo Parlamento desde a restauração da democracia.
É evidente que os representantes eleitos dos portugueses têm o direito - mais, têm o dever - de apurar o que se passa no Ministério Público. Os sintomas são inquietantes.
Se nada for feito, ninguém mais vai poder ter confiança no funcionamento do Ministério Público.
A questão é demasiadamente grave para se limitar à instância disciplinar do Ministério Público.
É uma questão de regular funcionamento das instituições.
O Presidente da República tem de intervir.
Qualquer Procurador do MP minimamente cumpridor não pode encerrar o processo Freeport sem colher declarações de Sócrates na qualidade de suspeito, isto é, na qualidade de de arguido. Há demasiados indícios que apontam Sócrates como possível autor do crime de corrupção passiva. Isto não significa que o seja necessariamente, mas os indícios que existem são demasiados para que Sócrates possa ser deixado de fora. A ser ouvido, segundo a lei, terá de o ser como arguido e não noutra qualidade qualquer. Por isto é perfeitamente natural e até previsível que os Procuradores não queiram encerrar o inquérito sem o fazerem.
Houve imensas sugestões, directas e indirectas, para que o processo fosse encerrado sem que Sócrates fosse constituído arguido. A mais conspícua foi de Marcelo Rebelo de Sousa, quando disse no seu programa dos domingos na televisão que o crime estaria prescrito por se tratar de «corrupção para acto lícito». Disse então que tal lhe teria sido dito por um advogado seu amigo. Desconfia-se que terá sido o advogado de Sócrates. Os sectores da sociedade mais interessados em que Sócrates escape ileso do caso Freeport – Partido Socialista e alguns empresários do regime - têm patrocinado essa tese.
Mas o acto não é lícito. Nem é lícito legislar um Decreto-Lei à medida de um particular empreendimento imobiliário, nem um acto administrativo apoiado nesse Decreto-lei. Também não é lícito tratar um interessado muito melhor do que todos os outros, muito mais rapidamente, favorecê-lo, porque tal significa desigualar o tratamento entre pessoas que devem ser tratadas por igual. A tese da «corrupção para acto lícito» não convenceu os Procuradores do processo e, pelo menos nos últimos tempos, deixou de se ouvir.
Este tipo de pressões não são bonitas, mas não são abertamente ilícitas.
O que já é ilícito – gravemente ilícito – é pressionar directamente os Procuradores. Os Procuradores estão inseridos numa cadeia hierárquica, dentro da qual devem obediência aos seus superiores hierárquicos. Seja a Directora do DCIAP (ou DIAP?), seja o Procurador Distrital de Lisboa (?), seja o PGR, podem dar instruções e ordens aos Procuradores do processo, desde que o façam oficialmente e formalmente. Mas tal já não pode ser feito por um outro Procurador, fora da cadeia hierárquica e sem legitimidade para tanto, e de modo não oficial nem formal. Se for verdade que o Procurador Lopes da Mota o fez, tal constituirá um crime público que não poderá deixar de levar à sua constituição como arguido e, eventualmente, à sua condenação. Tal implicará o fim da sua carreira no Ministério Público e mesmo, penso, na função pública. Tê-lo-á feito? Não sei, mas há indícios fortes nesse sentido e há até um perturbador antecedente de uma suspeita de ter avisado Fátima Felgueiras, não sei de quê, no respectivo processo.
Segundo a imprensa, o Procurador Lopes da Mota terá dito que agiu por determinação(?), conselho(?), sugestão(?) do Ministro da Justiça. Se for verdade, a questão agrava-se e mais um arguido terá de ser constituído: o próprio Alberto Costa. Tê-lo-á feito? Não sei. Mas na sua passagem por Macau, Alberto Costa foi acusado de ter pressionado ilicitamente um juiz para libertar alguém e, segundo o seu então superior, José António Barreiros, foi mesmo verdade. Esta não seria a primeira vez.
É ridículo dizer - como têm feito alguns socialistas – que os Procuradores não são pressionáveis e que, por isso, não pode ter havido pressão. Isto é falso. Eles podem ter sido pressionados sem terem cedido à pressão. Se tivessem cedido, ninguém tinha sabido de nada e o processo teria sido arquivado, eventualmente com invocação da prescrição do crime de «corrupção para acto lícito» (teoria publicitada por MRS).
O PGR mandou converter o inquérito em processo disciplinar contra o Procurador Lopes da Mota, o que leva a pensar que contém indícios sérios da ilicitude da sua conduta. Aguardemos.
Toda esta movimentação dos amigos de Sócrates – chamados «socretinos» – foi muito estúpida. Foi mesmo cretina.
É que, com tudo isto, se o processo vier a ser arquivado sem a constituição de Sócrates como arguido, serão lícitas todas as dúvidas – senão mesmo as certezas – de assim ter sido por efeito de novas e mais eficientes pressões sobre o Ministério Público.
É assim: ou Sócrates é ouvido como arguido no processo Freeport ou muita gente - demasiada gente - ficará convencida de que se salvou em consequência de pressões ilícitas sobre o Ministério Público.
Para bem da República, da Justiça e da credibilidade das Instituições do Estado Democrático, Sócrates tem mesmo de ser ouvido, como arguido, no processo Freeport.
Fala-se muito de uma reedição do bloco central.
É claro que o bloco central não se repete. Assim como a segunda "ad" foi muito diferente da primeira, também o segundo bloco central o será, se vier a existir.
Mas também há semelhanças. O primeiro bloco central foi imposto pela crise económica e pelo bloqueio político, como agora são também a crise económica e o bloqueio político que o convocam
Tem a desvantagem de concentrar o descontentamento e a oposição nas franjas do sistema, mas têm a vantagem de permitir as reformas necessárias comprometendo nelas ambos os partidos de governo.
Do lado do PSD, tem a vantagem de afastar MFL, pessoa séria, mas sem jeito para a política. Do lado do PS será bom que afaste Sócrates, pessoa com jeito para a política, mas não séria. Ao polo do poder político regressará Cavaco, pessoa séria e com jeito para a política.
É curioso como foi Cavaco que matou o primeiro bloco central e que está a construir o segundo.
Na minha juventude, ia-se para África em missão de soberania.
Agora é no Bairro da Bela Vista que se defende a soberania portuguesa de arma na mão.
A questão não é simplesmente de polícia. É antes a disputa sobre quem controla o poder naquele território: a República Portuguesa ou a Mafia.
Foi assim que se passou no Brasil, onde a Mafia ficou a controlar áreas importantes do território e os negócios da droga e da prostituição.
Enquanto políticos e jornalistas discutem o bloco central, as Questões de Estado tratam-se na Bela Vista.
E ainda há quem queira mandar tropas para o o Afeganistão.
As três grandes religiões monoteístas têm um só Deus e o mesmo Deus. Judeus, Cristãos e Muçulmanos - milhões e milhões e milhões - têm um só Paraíso que aspiram alcançar.
Lá chegados, os que merecerem, vão estar todos juntos e misturados. No Paraíso não há segregação: são todos filhos de Deus e vivem na Paz da Graça.
Se assim é, porque não começam a praticar já nesta vida.
Deus tem mesmo de ser infinitamente bom e ter uma inexgotável paciência.
Não separe o homem o que Deus uniu.
Em linguagem jurídica, o que é proibido é «proscrito».
É proibido que qualquer engenheiro ou arquitecto assine e assuma a falsa autoria de projectos apresentados numa Câmara que tenham sido realmente elaborados por técnicos da própria Câmara. Além de haver crime de falsificação, há obviamente quase de certeza corrupção.
Sócrates assinou projectos que não foram feitos por si, mas por técnicos da Câmara onde foram apresentados.
O Ministério Público arquivou o processo por prescrição: o proscrito ficou prescrito.
Sócrates lá se safou mais uma vez. Nisto é mesmo catedrático. Não há Ministério Público que o agarre.
O lixo governante respirou de alívio.
A aprovação pelo Parlamento da alteração do sistema de financiamento dos partidos políticos que aumenta para o dobro os limites de dinheiro que os partidos podem receber vai introduzir uma alteração estrutural profunda no sistema político-partidário português.
Os partidos vão passar a ser - agora oficialmente - propriedade dos donos do dinheiro. O que já era uma oligarquia mediaticamente assistida, passa agora a ser um estado mafioso. É previsível que a próxima lei sobre o estatuto dos partidos políticos venha a institiur as SAP - sociedades anónimas partidárias, com cotação na bolsa e accionistas privados. Depois serão as OPAs e as tomadas de controlo por off-shores da Colômbia e da Calábria. De Angola também.
A Manuela continuará presidente do PSD, SAP, SGPS, SA, sem ter dado por nada; Jorge Coelho, da Mota/PS, SAP, SGPS, SA.
Pela primeira vez na vida, Commonsense não vai votar.
A Chrysler faliu. Recorreu ao célebre Capítulo 11 da lei americana da falência para se proteger dos credores. Depois de reduzir passivo, de se livrar de contratos com distribuidores, fornecedores, etc., de reduzir o fundo de pensões dos empregados e de pôr de lados os mastodontes Dodge e Jeep, pensa-se que será comparada pela FIAT.
Aguarda-se o que irá acontecer com a GM, que tem um prazo até 1 de Junho para resolver os seus problemas financeiros, o que ninguém acredita que consiga fazer. Neste caso, fala-se de nacionalização.
Está a acontecer à indústria automóvel americana o mesmo que aconteceu à inglesa nos anos 70.
As mesmas receitas fazem os mesmos bolos.
Depois de ter falido, como País, como sistema financeiro, enfim... como sistema sócio-político, a Islândia resolveu mudar de vida. Nas eleições deste fim de semana ganharam os sociais democratas. Prevê-se que a Islândia apresente, já em Julho, a sua candidatura à União Europeia. A Islândia, agora, depois de falida, quer adoptar o Euro. Percebeu que já não é possível, no mundo globalizado, defender uma pequena moeda.
É interessante ver como um dos bastiões do eurocepticismo mudou logo que faliu. Eram riquíssimos os islandeses e não queriam partilhar com os mais pobres. Agora querem partilhar com os mais ricos.
O exemplo da Islândia está a contaminar outros Estados nórdicos, como a Dinamarca, que, segundo as últimas sondagens, já aceita o Euro.
Vejamos agora qual o efeito da falência da Irlanda na ratificação do Tratado de Lisboa.
O que o Director do Diário de Notícias escreveu a propósito da entrevista de Sócrates e em sua defesa fez-me recordar.
Foi importante ver o debate entre os dois principais candidatos.
Vital Moreira não conseguiu libertar-se da postura defensiva de quem está por conta do Governo, nem dum passado em que estava contra a Europa e a favor da União Soviética.
Rangel, que não tem um passado que o comprometa, mostrou-se solto, rápido, independente e com um raciocínio próprio.
Começo a concordar com Rangel que seria útil não separar questões que são comummente nacionais e europeias.Não obstante, gostaria de ver mais debate sobre as grandes questões institucionais da Europa.
É peregrina a ideia de transformar a eleições europeias em primárias ou ensaio geral em que os eleitores vão aproveitar para castigar o governo sem o querer derrubar.
É uma ideia peregrina porque diminui a importância da democracia europeia e a representatividade do Parlamento Europeu e peregrina porque vai facilitar a vida ao Governo, se esta eleição lhe for desfavorável. Finalmente, é ainda mais peregrina porque contribui para a abstençâo: ninguem se desloca para votar sem ser a sério.
Mas esta ideia peregrina instalou-se, depois de muito repetida por espíritos de ideias curtas que dizem o que ouviram dizer e não estão habituados a pensar.
Será completamente diferente uma União Europeia com maioria do PPE ou do PSE no Parlamento Europeu. E esta diferença terá repercussões também em Portugal.
Muito mais diferente do que um Portugal com uma maioria do PSD ou do PS em S. Bento.
As reformas, as modificações e as novas soluções para Portugal só podem vir da Europa. Em Portugal já se viu que não há soluções.
É insensato.
Lança-se contra tudo e contra todos.
Processa jornalistas e bloguistas, ataca estações de televisão, pressiona magistrados.
Mas não explica, não esclarece, não responde.
Estigmatiza quem procura escrituras públicas nos notários, quando as escrituras são públicas e por isso mesmo se chamam públicas.
Foge, foge, foge da realidade. Tem medo da claridade.
Não consegue enfrentar.
Corre às voltas, à volta de si mesmo.
É o seu próprio fantasma.
Tem medo da própria sombra.
Está psiquicamente ferido, está moralmente diminuido, está incapaz de exercer o cargo.
He is the fool on the hill
Commonsense está cada vez mais longe do mainstream político daqui.
Aqui usam-se as europeias para consumo interno, no combate do anão com a anã.
Commonsense está interessado noutras coisas: não permitir o regresso à EFTA (como querem os eurocépticos) e avançar na construção da união política. Ratificar e pôr e funcionar o Tratado de Lisboa. Restituir à Europa o papel de potência mundial que perdeu no fim da segunda guerra, na crise do suez, na descolonização. Reforçar a economia europeia e defendê-la do dumping asiático e da globalização, criar emprego e valor, reforçar a rede social, reduzir o fosso entre pobres e risco, criar justiça social. Repor a justiça a funcionar e meter os vigaristas na prisão. Acabar com o poder das oligarquias mediaticamente assistidas por uma imprensa de aluguer.
Commonsense é um europeu que nasceu aqui. Não lhe interessa este tipo de campanha. Não tem nada a ver com ela. Nem com os partidos que a fazem. Nem como a competição do anão com a anã.
Commonsense vai votar nas europeias. Mas gostava de o fazer noutro Estado Membro.
Devia ser pemitido.
A Autoridade da Concorrência disse que não há cartelização no mercado português de distribuição de combustíveis. Há concorrência, embora haja «paralelismo», quer dizer, os preços sobem e descem em alturas próximas e valores próximos.
Os telejornais, os políticos e os entrevistados de rua protestaram.
Mas sem razão.
Há cartel e cartelização, abertamente, publicamente e mesmo oficialmente na OPEP.
O que se passa nos mercados de distribuição é só uma consequência directa da cartelização da produção.
E não adianta haver concorrência na distribuição em Portugal quando há cartelização na produção em (quase) todo o mundo.
Só é de estranhar não se ouvir os neo-liberais criticarem a OPEP e a Organização Mundial do Comércio fazer como se a OPEP não existisse.
Homenagem a Vincent van Gogh by Don McLean
Van Gogh não foi reconhecido no seu tempo.
Era grande demais.
É cego: não vê o que se passa no País e toda a gente vê.
É surdo: não ouve o que toda a gente diz, e responde torto aos conselhos que lhe dão.
É mudo: não fala, emite uma verborreia compulsiva.
O PSD lá se decidiu: candidatou o Paulo Rangel e mandou-o fazer campanha sobre questões nacionais.
A primeira opção suscita-me uma reserva: Rangel estava a fazer um óptimo papel como líder do grupo parlamentar. Era o único que chegava no Sócrates e chegava para o Sócrates. Era a única oposição real, visível e credível. Talvez ficasse melhor onde estava.
A segunda é oportunista e reactiva. Como o PS tenta evitar a discussão de questões nacionais para evitar o desgaste da situação péssima do País, o PSD tenta trazer o debate para as questões nacionais para majorar esse desgaste. Porém, eu preferia discutir agora questões europeias e, na altura prória, questões nacionais. Acho muito má opção política menosprezar nesta altura as questões europeias.
Já agora: quando Vital Moreira era comunista, ainda alguém se lembra o que é que ele pensava e dizia sobre a Europa? já era um europeu, ou era mesmo só um russo? Como não há duas sem três, o que é que será a próxima encarnação (ou encadernação) de Vital Moreira? Os vira-casacas nunca contribuem para a credibilidade do sistema político.... nem de coisa nenhuma.
Que mania esta, do PSD, de fazer caixinha.
Afinal quem é que vão candidatar ao Parlamento Europeu? a Cinha Jardim?
Pobre partido que eu ajudei a fundar...
Commonsense andou mais uma vez pelo estrangeiro - agora a Bélgica - e, quando voltou, soube atónito das pressões exercidas sobre os magistrados do MP para que arquivassem o processo do Freeport sem que Sócrates fosse ouvido como arguido.
Mais escandalizado ficou com as opiniões de vários (alguns com responsabilidades) segundo os quais, nenhum mal haveria nas pressões, porque os magistrados tinham de ser imunes a elas.
Isto é uma vergonha para Portugal e para Commonsense.
Revela, cada vez com mais claridade, que existem dois estratos da população com dois estatutos de cidadania diferentes: as pessoas comuns, que estão sujeitas à Lei e à Justiça; e as pessoas importantes - os VIPs - que estão acima da Lei e fora do alcance da Justiça.
Chama-se Cândida a Procuradora que tem a seu cargo o processo Freeport.
Mas importa que não haja candura na sua condução e, sobretudo, na sua conclusão.
Até porque a candura poderá ser a omissão do dever funcional de investigar ou precisamente o contrário.
Cândida ou não, terá de explicar porque é que ainda não ouviu Sócrates em declarações, naturalmente como arguido.
É que há coisas que nem a candura consegue explicar.
A Universidade de Harvard - Harvard Aids Prevention Research Project - defende que o uso do preservativo é menos eficiente do que o comportamento sexual na prevenção da sida. Ao fim de 20 anos de estudos intensivos na prevenção da sida nos países em desenvolvimento, a conclusão é de que o retardamento do início da vida sexual dos adolescentes e o incremento da monogamia é francamente mais eficiente do que o uso do preservativo.
Esta conclusão é óbvia. É muito mais eficaz convencer os povos a retardar a início da vida sexual e a manter a monogamia (reduzindo o número de parceiros sexuais preferencialmente a só um) do que andar a distribuir preservativos na floresta.
A política de comportamento sexual pode ser (e está a ser) implementada com relativa facilidade por missões religiosas, escolas, etc.
A prevenção assente no preservativo exige uma distribuição massiva. Para ser minimamente eficiente, o uso do preservativo tem de ser geral e sistemático: implica a distribuição de, práticamente, um preservativo por dia a cada um dos milhões e milhões de pessoas envolvidas. Isto implica um custo brutal que ultrapassa a totalidade das verbas disponíveis e vai deixar milhões à fome, sem educação e sem tratamento de outras doenças.
Porquê então tanto entusiasmo pela prevenção assente no preservativo? Porque é um negócio da china para os fabricantes, os distribuidores, etc.... para imensa gente. A indústria e o comércio do preservativo tem o seu lobby...
Este bastonário da Ordem dos Advogados não merece esse nome. Proponho que lhe chamemos bastoneiro. Na mão não tem um bastão, tem um pau. É o vilão-com-o-pau-na-mão. E usa-o fora da sua competência e contra a própria ética da profissão. E zurze aqueles que tentam fazer a justiça andar.
Há uns tempos apareceu a defender os pedófilos da Casa Pia, agora a defender os corruptos do Freeport. A técnica é básica e rústica: diz que os casos foram inventados pela Polícia Judiciária para tramar o Partido Socialista. É uma espécie de defensor oficioso com falta de geito. Ainda por cima sem nenhuma subtileza.
Mas o Partido Socialista não ganha com esta defesa tão inverosímil. Os abusos sexuais sobre crianças na Casa Pia não aconteceram? a anómala aprovação do Freeport não aconteceu? não houve pagamentos e off-shores ligados a esta aprovação e um tio e um sobrinho de Sócrates ligados a essas off-shores? não houve a compra de casas no Heron-Castilho por preços anormalmente baixos? não houve as declarações dos homens da Smith & Pedro?
Como é que este homem chegou a bastoneiro, meu Deus?
Quantos dias faltam para acabar o seu mandato?
O estatuto da Ordem dos Advogados não prevê, num artigo qualquer, a sua destituição?
Por favor, Srs. Advogados... poupem-nos...tenham pena de nós... corram com ele...
Esta é a hiperligação para o célebre vídeo revelado pela TVI em que Sócrates é referido como corrupto (e não só) no caso Freeport.
É intolerável que os portugueses tenham de sofrer esta vergonha...
é intolerável que Sócrates ainda não tenha sido constituído arguido no processo e ouvido nessa qualidade...
é intolerável o que se passa na sociedade e na justiça portuguesa...
desde o Caso de Camarate, passando por tantos outros, a abafar... a abafar... a abafar...
Depois de o vídeo ter sido publicado pela TVI, Sócrates emitiu um comunicado a dizer que vai processar esta estação de televisão. Pergunta Commonsense porque é que Sócrates não processou os personagens do vídeo. Na verdade, se houve difamação, os principais difamadores foram eles. A TVI está protegida pelo direito/dever de informar, consagrado na Constituição, sendo evidente que o que publicou é do mais relevante interesse público.
Só falta agora aparecerem o Ministro Santos Silva e o Bastonário da Ordem dos Advogados a fazerem a defesa oficiosa de Sócrates.
PS: se não conseguir abrir a hiperligação, clique neste endereço:
http://www.tvi24.iol.pt/iframe_video.html?mul_id=13124572&id=13124581
Para descansar de tanta cretinice e de tanto disparate, de perpectivas negras e falta de saídas airosas, Commonsense resolveu regressar aos tempos fantásticos dos sixties e deleitar-se com aquela música boa. Aqui vai Donovan no seu melhor:
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