A Chrysler faliu. Recorreu ao célebre Capítulo 11 da lei americana da falência para se proteger dos credores. Depois de reduzir passivo, de se livrar de contratos com distribuidores, fornecedores, etc., de reduzir o fundo de pensões dos empregados e de pôr de lados os mastodontes Dodge e Jeep, pensa-se que será comparada pela FIAT.
Aguarda-se o que irá acontecer com a GM, que tem um prazo até 1 de Junho para resolver os seus problemas financeiros, o que ninguém acredita que consiga fazer. Neste caso, fala-se de nacionalização.
Está a acontecer à indústria automóvel americana o mesmo que aconteceu à inglesa nos anos 70.
As mesmas receitas fazem os mesmos bolos.
A Autoridade da Concorrência disse que não há cartelização no mercado português de distribuição de combustíveis. Há concorrência, embora haja «paralelismo», quer dizer, os preços sobem e descem em alturas próximas e valores próximos.
Os telejornais, os políticos e os entrevistados de rua protestaram.
Mas sem razão.
Há cartel e cartelização, abertamente, publicamente e mesmo oficialmente na OPEP.
O que se passa nos mercados de distribuição é só uma consequência directa da cartelização da produção.
E não adianta haver concorrência na distribuição em Portugal quando há cartelização na produção em (quase) todo o mundo.
Só é de estranhar não se ouvir os neo-liberais criticarem a OPEP e a Organização Mundial do Comércio fazer como se a OPEP não existisse.
Têm uma ideia vaga de que existiu um economista chamado Lord Keynes. Dizem que querem seguir uma política económica keynesiana assente em grandes investimentos públicos, em obras públicas estruturais, com o fim de estimular a economia.
Esquecem que essa política funcionava (e funcionou) em países com uma despesa pública muitíssimo inferior à nossa e em que as obras públicas não implicavam importação de quase tudo.
Em Portugal, as grandes obras públicas desejadas por Pinho & Lino envolvem componentes enormes de importação, em máquinas, tecnologia, software, projecto, know how, etc., que implicarão um gravíssimo individamento externo. Tudo isto agravado por essas obras não terem um impacto significativo no aumento das exportações ou na redução das importações. Quer isto dizer que tais políticas têm efeitos perversos indesejáveis de agravamento do desequilíbrio das contas externas e do individamento nacional. São ruinosas e o próprio Lord Keynes seria o primeiro a repudiá-las.
Mas será as políticas de grandes investimentos públicos de Pinho & Lino são consequência de simples e inocente incompetência? Pode ser que não só.
Por acaso (?) coincidem com as pressões do loby da construção civil pesada, aquele mesmo loby que levou à construção de estádios de futebol a mais e de auto-estradas paralelas umas às outras, que queria a opção mais cara para o aeroporto (Ota) e que quer construir novas travessias do Tejo, por cima e por baixo. O mesmo que está na origem das obras do Terreiro do Paço e do Túnel do Rossio: a malta do betão.
Pinho & Lino são ministros perigosos. Seja por incompetência, seja por outras razões, se os deixarem, vão conduzir o País à ruina.
É preciso estar atento a esta dupla fatal: Pinho & Lino.
Commonsense está a ler o Relatório Larosière sobre a reforma da regulação e supervisão financeira na Europa, perante a crise. Recomenda a toda a gente.
Um excerto com interesse:
The crisis has launched a debate on remuneration in the financial services industry.
There are two dimensions to this problem: one is the often excessive level of
remuneration in the financial sector; the other one is the structure of this remuneration,notably the fact that they induce too high risk-taking and encourage short-termism to the detriment of long-term performance.
Social-political dissatisfaction has tended recently to focus, for understandable reasons, on the former.
However, it is primarily the latter issue which has had an adverse impact on risk management and has thereby contributedto the crisis.
It is therefore on the structure of remuneration that policy-makers should concentrate reforms going forward.
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