O maior défice do País não é financeiro, nem é democrático, talvez seja neuronal, mas é concerteza de senso comum

Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2008
Kosovo: um misto de Calábria e de Faixa de Gaza

 

É notório o embaraço da diplomacia portuguesa perante a declaração unilateral de independência do Kosovo.

 

O costume diplomático de seguir os Estados Unidos levaria Luís Amado a apressar-se a reconhecer antes mesmo de toda a gente. Mas a necessidade de manter o bom relacionamento com a Espanha aconselha prudência. O Presidente da República parece sensível ao perigo de instabilidade que um precedente como este inevitavelmente envolve, e as suas declarações parecem ter travado uma atitude precipitada do Governo. A localização de tropas portuguesas num dos locais mais sensíveis do Kosovo também não aconselha o reconhecimento.

 

Esta questão do Kosovo tem a marca inconfundível das grandes manobras americanas de desestabilização. Os balcãs são, hoje, o ventre mole da Europa. A declaração unilateral da independência do Kosovo, logo reconhecida pelos EUA - e surpeeendentemente, por vários Estados da União - acaba com qualquer esperança de paz e estabilidade na região. Na Sérvia, os sectores pró-europeus perderam toda a capacidade de argumentação e será imparável uma aproximação rápida à Rússia. O Kosovo é um estado inviável, quer na economia quer no resto. Vai ser um estado mafioso, a viver do tráfego de heroína e de prostituição, de branqueamento de dinheiro, etc. - uma mistura de Calábria e Faixa de Gaza.

 

Nas Nações Unidas, a Rússia e a China já anunciaram que irão vetar o reconhecimento internacional. Previsivelmente o Kosovo nunca terá a sua bandeira nas Nações Unidas nem na União Europeia.

 

Há todas as razões para preocupação.

 


sinto-me: preocupado

publicado por commonsense às 21:59
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Quarta-feira, 6 de Dezembro de 2006
o amigo (do) americano

A comissão do Parlamento Europeu encarregue de investigar os vôos da CIA foi mal recebida. O ministro dos negócios estrangeiros, recebeu-a mal e mal lhe respondeu. No Parlamento foi-lhe negado o acesso á sala do senado. Ninguém lhes respondeu, ninguém quer dizer nada, é a lei do silêncio, o embaraço comprometido.

E, no entanto, este incómodo e esta recusa de responder são o mais forte dos indícios de que há algo escondido. É impossível que ninguém tenha visto ou sabido daqueles vôos. E é impossível que a Condoleza Rice, sem negar que os vôos, os sobrevôos e as escalas existiram, diga sempre que não foi violada a soberania dos países - como Portugal - que estão envolvidos.

Só pode ser porque foram autorizados pelos governos em questão. Secretamente, mas foram.

Por isso, é imprescindível saber se - sim ou não - as autoridades portuguesas autorizaram as autoridades americanas a fazerem o quê em território português. É evidente que autorizaram - e por isso estão tão embaraçadas. Mas não chega saber isso, que toda a gente já percebeu.

É imprescindível saber o que é que está autorizado, quem o autorizou, quando, qual o conteúdo concreto e exacto do que foi autorizado.

É sobretudo preciso revogar essa autorização. Este estatuto servil de protectorado que Portugal assumiu é uma vergonha.

Sejamos se, mais uma vez, o Presidente da República se comporta como se não o fosse. 



publicado por commonsense às 22:05
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Domingo, 8 de Outubro de 2006
Special renditions revisited
É importante ler o relatório preliminar do Conselho da Europa sobre as actividades clandestinas da CIA na Europa.

Está disponível online em
http://www.carloscoelho.org/dossiers/cia/ver_detail.asp?tipo=4&cia=240

Do que tem vindo nos jornais e do que as autoridades portuguesas e americanas têm dito sobre o assunto, retira-se um claro mal estar e ocultação de informações.

Os americanos dizem que não violaram a soberania portugUesa, nem de qualquer país europeu. As autoridades portuguesas dizem que não dizem ... que não há provas ... disfarçam ...

É evidente que as práticas em questão existiram - aqui ou ali, mais ou menos graves e frequentes - e que foram autorizadas pelas autoridades locais.
As declarações americanas, sempre reiteradas, significam isso, mesmo: eles não dizem que não fizeram; dizem - sim - que não o fizeram sem o conhecimento e sem o consentimento das autoridades locais.

Por isto, não pode deixar de ser exigido às autoridades portuguesas - a começar pelo Presidente da República e pelo Primeiro Ministro, sem esquecer o Ministro dos Negócios Estrangeiros e os chefes dos serviços secretos, polícias, etc. - se existe, ou não, algum documento ou algum acordo, compromisso, protocolo, o que seja - que autorize agentes americanos a executar operações de captura, detenção, interrogatório, transporte ou escala de prisioneiros, suspeitos, etc., em território português - incluindo na base das Lages (que, pelo menos oficialmente, é território português).


Tem de ser perguntado e tem de ser respondido.

É inaceitável que Portugal tenha passado de império colonial a colónia.


publicado por commonsense às 15:36
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Quarta-feira, 12 de Abril de 2006
Mas ainda há outros para sair
Finalmente. Berlusconi perdeu as eleições, apesar da máquina fantástica de propaganda e de controlo dos media. Falhou a regra neo-con segundo a qual o controlo da comunicação social é suficiente para eleger um candidato 'carismático'. A Itália vai ter dificuldades para desmantelar o network, mas vai conseguir. A Europa ganha com menos um soldadinho do american soft power no poder. Mas ainda há outros para sair.


publicado por commonsense às 10:03
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Segunda-feira, 27 de Março de 2006
failure

Vale a pena procurar no google pela palavra 'failure'. Procurar em toda a web e não nos sites portugueses ou em língua portuguesa. Depois de clicar, o primeiro resultado que aparece é o site of the President of the United States, George W. Bush.

O google é o melhor buscador o mundo!



publicado por commonsense às 22:49
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Sabe-se lá porquê...

No Afeganistão, um pobre diabo que se lembrou de se converter ao cristianismo foi acusado e preparava-se para ser condenado à morte. Isto com fundamento na lei de um novo regime que ali foi instalado pelos que se afirmam bastiões do cristianismo e que, professando a doutrina do 'choque de civilizações, se ocupam de combater o fundamentalismo islâmico. Só se salvou 'in extremis' porque, perante o escândalo geral, lhe inventaram uma loucura, justificadora do crime e inibidora do castigo.

Uma das principais manobras da estratégia de combate ao fundamentalismo islâmico foi a ocupação militar do Afeganistão e a instalação do regime que lá está. Sim, daquele mesmo que queria condenar à morte o pobre diabo que se converteu ao cristianismo.

Eu gostava de saber porque diabo de razão é que os novos cruzados do ocidente instalaram ali um regime assim. E gostava sobretudo que me explicassem o que é que anda ali a fazer um contingente militar português que até já teve um morto e um ferido.



publicado por commonsense às 22:18
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Sábado, 11 de Fevereiro de 2006
Já chega ...
Já chega de cartoons. De exibições de virtude própria, de maniqueismo primitivo. Nesta guerra ninguém tem razão: nem os cartoonistas, que não têm o direito de humilhar uma religião inteira, nem o humilhados que não têm o direito de destruir embaixadas, algumas até, parece, por engano e falta de geografia. Mais patético ainda é o aproveitamento político interno, cá na aldeia. Não há mais nada para pensar? Não há mais nada para fazer? Continua a chover pouco ... ninguém se rala? A reforma da Administração pública ... não se faz? Continua tudo igual ... todos os dias? Não há ninguém que tenha uma ideia nova ... de vez em quando?


publicado por commonsense às 18:54
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Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006
Liberdade de imprensa e estupidez natural

A publicação de caricaturas ofensivas para o Islão está a ser defendida com invocação da liberdade de imprensa.

Basta ler a Constituição, o Código Penal e Lei de Imprensa, sem mencionar uma infinidade de literatura jurídica sobre o assunto, para compreender que a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a liberdade artística e todas as liberdades têm limites. Têm limites jurídicos, têm limites morais e têm limites de bom senso.

Mas, para compreender isto, é preciso não ser tão fundamentalista como os outros fundamentalistas. Ser fundamentalista é recusar o outro, recusar ouvir, recusar pensar, recusar conceder.

O que há entre o Islão e o Ocidente não é um conflito de culturas, nem um conflito de religiões: é um conflito de estupidezes.

Todas as terras, todos os povos, todas as religiões têm os seus estúpidos. Quando eles dominam, é uma estupidez. É um estupidez provocar e agravar uma situação que já não é boa.

Que Deus - o mesmo Deus dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos - nos acuda, e faça cair do Céu, como o maná na Biblia, um bocadinho de inteligência.



publicado por commonsense às 21:40
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